A campanha do “Agosto Dourado”, que é o mês de conscientização da importância do aleitamento materno, reforça a necessidade da amamentação e nos inúmeros benefícios que o alimento tem, tanto na vida do bebê, quanto da mãe. A campanha também busca incentivar as mulheres com boa produção de leite para se tornarem doadoras.
O superintendente da Rede Campos de Saúde Pública, o infectologista e pediatra Charbell Kury, destaca que o leite materno tem uma série de fluidos e compostos bioativos, que fazem toda a diferença na vida do bebê. Além disso, ao receber o leite materno exclusivo, ou seja, só o peito até seis meses é possível reduzir em 50% as infecções intestinais; em 30% as doenças respiratórias, principalmente a bronquiolite; em 70% os casos de internação por bronquiolite e por diarreia, além das chances de adquirir uma doença crônica, como o diabetes tipo 2.
“Além de reduzir o número de doenças infecciosas e parasitárias, a alimentação exclusiva pelo leito materno reduz as chances de câncer de mama, doenças alérgicas, outros indicadores cardiovasculares e, obviamente, reduz a mortalidade (neonatal, pós-neonatal e a infantil tardia)”, acrescentou o médico.
Kury falou, também, da campanha organizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), sobre a questão alimentar, estimulando e fortalecendo o aleitamento materno, para a redução dos indicadores de crianças em desnutrição em todo o mundo.
“Existem muitos desafios, pois o último relatório da Unicef e da OMS, mostrou que nunca na história do mundo, desde a Segunda Guerra Mundial, o número de crianças que está passando por má nutrição, desnutrição, fome e guerras é o maior de toda a história. Tanto que, as duas entidades fizeram uma campanha, este ano, para a redução desses indicadores”.
IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO – Mãe de dois filhos, a assistente administrativa Clarissa Amorim de Mendonça Sampaio, 38 anos, sabe da importância da amamentação e da doação do leito materno. A mãe do Theo, 3 anos e do pequeno Davi, de 7 meses, ressalta que a doação não diminui o leite, ao contrário, ela estimula a produção.
“Desde a gestação do Theo, recebi todas as informações e orientações necessárias a respeito da doação do leite materno. Sempre tive o interesse em doar e mergulhei de cabeça. Com o Theo eu doei até os dois anos dele. Já com o Davi comecei a doação desde a saída do hospital. Hoje, eu consigo tirar facilmente, em cada mamada, 150 ml. Não há diminuição do leite. Não tem porque temer com relação a isso, porque quanto mais a gente estimula, mais leite produzimos”, reforçou.
BANCO DE LEITE – O Banco de Leite Humano do Hospital Plantadores de Cana (HPC) é a unidade referência na Região Norte e Noroeste Fluminense, sendo a única do interior do estado do Rio de Janeiro.
Quem desejar ser doadora pode ir ao HPC ou entrar em contato pelo telefone 2737-7431. Uma equipe da unidade vai à casa da voluntária para levar o kit de coleta e, posteriormente, buscar o leite. O Banco funciona das 7h às 19h, todos os dias da semana, inclusive sábados, domingos e feriados.
Para doar é necessário o exame de HIV e VDRL, feitos durante o pré-natal. A mãe não pode ser fumante, ingerir bebida alcoólica, consumir drogas ilícitas ou usar medicamentos que atuem no sistema nervoso central.