Trabalhando a inclusão e a ressocialização, o prefeito Wladimir Garotinho, ao lado da primeira-dama Tassiana Oliveira e do secretário de Educação Ciência e Tecnologia, Marcelo Feres, inaugurou a Fábrica de Absorventes Higiênicos no Presídio Nilza da Silva Santos, dentro do projeto “Dignidade Menstrual”.
Esta é a primeira fábrica da modalidade em presídios no Estado do Rio de Janeiro. Durante a inauguração, a Prefeitura distribuiu kits de desenho e gibis para as detentas.
A iniciativa partiu da municipalidade que levou o projeto à Secretaria de Administração Penitenciária, visando combater não apenas a pobreza menstrual, mas promover a ressocialização das detentas. Dentro do projeto, a Prefeitura de Campos fornece a matéria prima e as internas, que passaram por capacitação, produzem o absorvente. Este vai ser distribuído para as cerca de 10 mil alunas da rede municipal de ensino, que periodicamente têm necessidade de usá-lo.
“Este é um novo projeto em parceria com o Governo do Estado, feito por meio da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SEAP). Estamos entregando a primeira fábrica de absorventes dentro de um presídio no Estado do Rio de Janeiro para que as detentas possam ter uma especialização, e que o trabalho delas possa dar dignidade para as alunas da rede de ensino, pois muitas deixam de ir à escola por não tem condições de ter acesso ao absorvente. Tudo que for produzido, vai chegar às alunas na ponta, tanto da rede municipal quanto estadual. Este é um trabalho de ressocialização, que vai com certeza mudar muitas vidas”, disse o prefeito.
Tassiana Oliveira falou da importância do projeto.
“Este é um trabalho em conjunto espetacular, pois além de oferecer para nossas meninas esta necessidade tão importante, que são os absorventes, estamos oferecendo às detentas oportunidade para que elas possam ocupar de maneira adequada seus pensamentos, e com o conhecimento e trabalho poderem mudar a vida e seguir um novo caminho. Não estamos falando apenas de dignidade, mas de uma questão de saúde, ouvimos relatos, quando fazemos abordagem social que muitas vezes as meninas utilizam até mesmo o jornal para se proteger. Este é um conjunto de ações positivas”.
De acordo com o secretário de Educação, Marcelo Feres, a instalação da fábrica no presídio é uma questão de ir além no olhar a quem precisa.
“Estamos falando de dignidade. Essa parceria nasce de uma demanda real de alunas carentes que estão na rede municipal, que necessitam do absorvente e é claro que poderíamos tratar somente com a entrega do material, mas nada melhor que dar um sentido para isso, desenvolvendo a produção e dignidade para as apenadas, pois vão também poder contribuir com a situação delas. Então é um verdadeiro ganha-ganha”.
Para a diretora da Penitenciária Feminina Nilza Santos, Crea Mourão, este é um projeto o qual pode servir de modelo para outras unidades.
“Este é um projeto maravilhoso, que existe a possibilidade de abraçar várias detentas, para que elas trabalhem na produção de algo de suma importância para as alunas da escola pública. Muitas internas ficaram emocionadas em poder ajudar a quem elas não conhecem e ao mesmo tempo suas parentes, pois muitas têm filha, irmã ou sobrinha que estudam em escola pública municipal e que receberão os absorventes confeccionados pelas mãos delas”.
Ressocialização - A interna KCSC, de 49 anos, já trabalhou com fabricação de fraldas e absorvente e está tendo oportunidade de trabalhar enquanto está cumprindo pena no Presídio. “Está sendo gratificante ter essa oportunidade aqui dentro. Já tinha experiência na área, mas passei por uma atualização e agora estou repassando meus conhecimentos para as outras internas que estão interessadas em participar deste projeto. Esta é uma forma de poder ter esperança que quando sair daqui eu possa ter de volta uma forma de me sustentar através do meu trabalho”.
Projeto Futuro - A máquina possui capacidade de produzir cerca de 6 mil absorventes dia. A intenção é promover, em uma segunda etapa, a produção de fraldas higiênicas que vão ser distribuídas na Unidade Materno Infantil, do Complexo Penitenciário de Gericinó, que acolhe os bebês das internas privadas de liberdade.
O subsecretário Geral do SEAP, Igor Bicaco relata que a parceria com o prefeito Wladimir Garotinho tem sido de suma importância para o trabalho realizado pela SEAP.
“Estou feliz por esse projeto pioneiro, pois a parceria com a Prefeitura nos motivou a implementar projetos como esse, onde todos ganham. Os internos têm a remissão de pena, com a cada três dias trabalhados, diminui um na pena. Desde que se tornou prefeito, Wladimir sempre nos deu apoio. Essa ação vai dar às pessoas uma especialização, experiência para que tenham oportunidade quando saírem daqui, e até mesmo fazer com que saiam da ociosidade. Essas ações trabalham o psicológico delas e dá esperança”.
Para Bicaco, o projeto vai ser benéfico tanto para as internas, quanto para as adolescentes que vão receber o produto. “Além das alunas da rede pública, todas as detentas daqui também vão receber o absorvente. Estamos em conjunto, trabalhando para que no futuro próximo, esta fábrica também produza fraldas, que vão ser distribuídas para a Unidade Materno Infantil, do Complexo Penitenciário de Gericinó, que acolhe os bebês das internas privadas de liberdade. O prefeito Wladimir está nos dando esse apoio, e nós contemplando todo o Estado do Rio de Janeiro. Nosso sentimento é de agradecimento”.