Representando o prefeito Wladimir Garotinho, a primeira-dama Tassiana Oliveira iniciou a distribuição dos absorventes higiênicos produzidos pelas apenadas da Unidade Prisional Feminina Nilza da Silva dos Santos. Ela estava acompanhada da filha Gabi e do secretário municipal de Educação, Ciência e Tecnologia, Marcelo Feres. A ação aconteceu na Escola Municipal Amaro Prata Tavares, no Centro, e marca o início do Projeto Dignidade Menstrual, da Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct), cujo lançamento aconteceu na manhã desta sexta-feira (01), com a presença do prefeito.
O projeto tem parceria da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP/RJ). Participaram da distribuição dos absorventes a coordenadora das Unidades prisionais femininas e LGBTQIA+, Aline Camilo; a diretora do Presídio, Crea Vieira Mourão; assessora técnica da Seduct, Catia Mello; diretora da Escola, Cristiane Monteiro; diretor adjunto, Thiago Tavares; e a diretora de Atendimento e Fiscalização do Procon/Campos, Kelly Viter.
“Fiz questão que Gabi viesse conosco nessa agenda para que ela participasse desse momento histórico. Tenho certeza de que o nosso modelo vai virar exemplo para todo o país. Sabemos que há pessoas que usam jornal por não terem um absorvente, o que pode trazer riscos e consequências muito sérias para a saúde. O prefeito Wladimir mostra que tem um olhar cuidadoso com as pessoas e isso não daria certo se não houvesse uma equipe tão comprometida e incansável. Não é só um absorvente. Existe muito história em cada pacote. As vidas das apenadas estão sendo transformadas. Elas se sentem importantes e percebem que a vida vale a pena”, afirmou Tassiana.
A aluna Jamilly de Paula, 12 anos, do 6º ano de escolaridade, foi uma das primeiras a receber o item e acredita que a medida vai mudar a vida de muitas adolescentes. “Acho muito importante. Eu mesma já dei o meu absorvente uma vez para uma colega, tem muita menina que faltava aula porque não tinha em casa. É muito triste saber que tem pessoas que usam jornal. Só tenho a agradecer”, comentou a adolescente.
O evento contou com participação da Banda da Seduct e da cantora Darlene Ferreira. Marcelo explicou que o projeto visa à produção de absorventes por mulheres que cumprem pena no sistema prisional feminino de Campos dos Goytacazes para que sejam distribuídos para as adolescentes matriculadas na rede municipal de ensino. A fábrica funciona dentro da própria unidade prisional e a máquina foi adquirida pela Prefeitura de Campos. Trata-se da primeira em todo o Estado do Rio de Janeiro funcionando em um presídio. A expectativa é produzir cerca de 70 mil absorventes/mês, beneficiando aproximadamente 10 mil alunas.
“As internas estão participando de capacitação e receberão certificados da Seduct. Queremos, com essa medida, evitar que as adolescentes faltem às aulas durante o período menstrual, por não terem condições financeiras para adquirir o absorvente. As ações irão beneficiar as pessoas privadas de liberdade e, principalmente, nossas estudantes das escolas municipais”, afirmou Marcelo.
O secretário afirmou que especialistas da Vigilância Sanitária de Campos atestaram a qualidade do produto. “Além disso, estamos fazendo um teste de qualidade com cerca de 30 alunas da nossa rede, que estão sendo envolvidas nessa etapa do processo também e respondendo a um questionário com perguntas como, por exemplo, se o absorvente gerou desconforto, assaduras ou reações alérgicas”, detalhou.
Aline Camilo agradeceu a parceria e lembrou que há 192 apenadas no Presídio Feminino Nilza da Silva Santos e todas as que desejarem poderão participar do Projeto Dignidade Menstrual, a fim de garantir a rotatividade entre elas, favorecendo que todas aprendam o ofício.
“Gratidão à Prefeitura de Campos por estar dando acesso gratuito aos absorventes, levando dignidade não apenas para alunas mas também a todas as mulheres privadas de liberdade que estão cumprindo pena e se redimindo perante à sociedade, se sentindo úteis por poder devolver à sociedade esse presente. Me orgulho muito de poder fazer parte desse momento e agradeço à Prefeitura de Campos e ao secretário Marcelo”, disse Aline.
Crea afirmou que as apenadas estão se sentindo úteis sabendo que estão produzindo algo para beneficiar as estudantes. “Essas alunas serão, muitas vezes, pessoas de suas próprias famílias. Mas elas também estarão trabalhando para ajudar pessoas que nunca viram e talvez nunca verão. Será uma transformação na vida delas em relação ao trabalho, capacitação e modo de enxergar a vida. É uma oportunidade de se capacitarem para quando saírem da unidade prisional terem uma nova chance lá fora. Agradeço à Seap por ter aberto as portas para esse projeto e à Prefeitura por ter iniciado”, comentou Crea.