O Dia Mundial do Doador de Medula Óssea, uma data criada pela Associação Mundial de Doadores de Medula, é celebrado no terceiro sábado de setembro, que neste ano ocorreu no dia 16. O principal objetivo dessa comemoração é expressar gratidão aos doadores e promover a conscientização sobre o tema, incentivando a população a se tornar doadora de medula óssea.
Segundo o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME), o Brasil possui o terceiro maior banco de doadores de medula óssea no mundo, com aproximadamente 5 milhões de pessoas cadastradas. A doação de medula pode salvar vidas, sendo indicada para mais de 80 doenças, incluindo leucemia, linfoma e casos graves de anemia.
“No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, a probabilidade de encontrar um doador compatível é de uma em cem mil. Cerca de 25% dos pacientes que necessitam de transplante encontram um doador na própria família, enquanto os demais dependem do banco de medula para encontrar um doador compatível, tornando crucial o aumento do número de doadores”, explica a Assistente Social do Hemocentro Regional de Campos (HRC), Maria Gonçalves.
Exemplo de doação
Um exemplo tocante desse ato de doação é a história da moradora de Campos, Priscila Pixoline, diagnosticada com leucemia, para quem o transplante de medula óssea se tornou a única esperança de vida. Após uma batalha em busca de um doador compatível, ela foi transplantada em 2019 graças a um doador de Londrina, no Paraná.
“Quando descobri que estava com leucemia e precisava de um doador de medula, eu e meu marido começamos uma mobilização entre amigos e familiares para saber quem era compatível. A partir disso, começamos um projeto que foi crescendo e realizamos a campanha em novembro de 2019 aqui em Campos que conseguiu juntar mais de 3 mil pessoas em 2 dias de campanha no Centro Integrado de Educação Pública - Ciep da Lapa. Graças a um doador de Londrina, totalmente compatível, eu consegui ser transplantada. Digo que Deus enviou esse presente de renascimento através dessa pessoa. Se não fosse ele, eu não estaria aqui”, contou Priscila, agradecida.
Campos se tornou o terceiro município do estado do Rio de Janeiro e o primeiro do interior a ser um polo para o cadastro de doadores de medula. Em 18 de outubro de 2021, em uma cerimônia que contou com a presença do prefeito Wladimir Garotinho e diversas autoridades, o Hemocentro Regional de Campos iniciou esse importante serviço, visando ajudar pacientes que necessitam de transplante de medula. De 29 de outubro de 2021, quando foi realizado o primeiro cadastro de doação de medula óssea até 31 de agosto de 2023, foram realizados 1.811 cadastros. Só neste ano, de janeiro até agosto, foram 874 cadastros.
A Diretora do Hemocentro Regional de Campos, Sandra Chalhub, comenta como é realizado o processo de cadastro de doação de medula óssea. “O processo começa com a decisão de se tornar um doador. O primeiro passo é procurar um hemocentro, onde o doador assinará um Termo de Consentimento Livre Informado, autorizando a realização de um exame de compatibilidade. Uma amostra de 10ml de sangue é coletada, e as informações genéticas do doador são registradas no REDOME”, explicou.
Quando um paciente compatível é encontrado, a pessoa é contatada para realizar exames específicos e avaliação médica. Se o doador for liberado, o processo de doação é encaminhado. A medula óssea, também conhecida como "tutano", desempenha um papel crucial na produção de células sanguíneas, incluindo leucócitos, hemácias e plaquetas, que são essenciais para nosso sistema de defesa e transporte de oxigênio.
Como ser cadastrar
O Hemocentro é anexo ao Hospital Ferreira Machado (HFM) e atende à demanda de 25 unidades hospitalares da região, como São Fidelis, Pádua, Quissamã, São João da Barra, São Francisco de Itabapoana e outros. O HRC funciona diariamente, das 7h às 18h, inclusive aos sábados, domingos e feriados e fica localizado na Rua Rocha Leão, n° 2, no bairro do Caju.
Para se tornar um doador de medula óssea é necessário: Ter entre 18 e 35 anos de idade; estar em bom estado de saúde; não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue (como infecção pelo HIV ou hepatite) e não apresentar história de doença neoplásica (câncer), hematológica ou autoimune (como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide). Para realizar o cadastro de doação de medula óssea no HRC é necessário doar sangue.