Nesta quarta-feira (27) é celebrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos, data dedicada para incentivar a doação de órgãos. Em Campos, equipes da Associação Amigos do Rim (AAR) e do Programa NF-Transplantes, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, realizaram mais uma atividade junto à população sobre a importância desse ato que ajuda na continuidade da vida de outras pessoas.
A ação aconteceu na Praça Quatro Jornadas, no Centro, e contou com abordagem direta aos munícipes, com participação de doadores e também de pacientes que aguardam na fila de transplante, além de aferição de pressão arterial e glicemia. O subsecretário de Saúde, Marcos Gonçalves, esteve no local e convidou a população a aderir à causa, a qual classificou como importante e sensível às pessoas.
Foto: Matheus Almeida/ Divulgação
“Doar órgãos é um ato de amor ao próximo. Desde o início do governo estamos empenhados, pois temos um prefeito sensível a essa causa. Estamos com a obra da Clínica de Hemodiálise que vai atender aos pacientes que precisam desse tratamento e, em breve, estaremos iniciando no HGG o Centro de Transplante Renal, que ajudará a tirar os pacientes da cadeira de hemodiálise e, para isso, precisamos de você: seja um doador”, disse o subsecretário.
As doações de órgãos só acontecem após uma série de processos e protocolos de segurança, incluindo o diagnóstico de morte encefálica, a autorização familiar para doação, a avaliações médicas e a realização de exames, incluindo gráfico eletroencefalograma. E, daí a importância de se trabalhar a informação, o conhecimento e a conscientização junto à população.
“Temos sentido uma melhora quando vamos entrevistar as famílias, não só porque autorizam, mas porque já chegam com uma noção do que seria a doação do órgão. A gente só entra no processo de doação quando todos os protocolos estão fechados e é importante que a população saiba disso. É seguro, é idôneo. O processo de doação é um ato de amor e salva vidas. Pedimos para quem tem o desejo de doar, que converse com a família, pois é esta que tem a autoridade final para fazer a doação de órgão”, disse o psicólogo Luís Cosmelli, integrante da equipe do NF-Transplantes.
Cosmelli ressaltou ainda que recentemente assistiu uma reportagem que dizia que no Brasil havia aumentado muito a recusa familiar para a doação de órgãos, mas que Campos está na contramão da história.
Foto: Matheus Almeida/ Divulgação
“O NF-Transplantes em 15 dias está com três autorizações seguidas, com órgãos já captados e estamos com novas demandas no hospital”, ressaltou. Somente este ano já foram realizadas 7 doações, que resultaram na captação de 2 corações, 2 córneas, 6 fígados e 14 rins, totalizando 24 órgãos direcionados para receptores cadastrados no Programa Estadual de Transplantes do Rio de Janeiro (PET-RJ).
Durante a ação, a presidente da Associação Amigos do Rim, Greice Vasconcelos, disse que 67 mil pessoas de todo país estão na fila de transplante, sendo que 37 mil buscam por um rim.
Foto: Matheus Almeida/ Divulgação
“Convidamos a população para que ela fique atenta, para que deixe o seu desejo de ser um doador e para que a família respeite essa vontade. Nossa intenção hoje é clamar para a população, principalmente a campista, sobre a necessidade de estarmos juntos falando de algo que é dolorido, que a morte e a vida ao mesmo tempo, mas que pode salvar tantas outras”, disse Greice.
IMPORTÂNCIA DA DOAÇÃO PARA QUEM RECEBE E PARA QUEM DOA – Verônica Porto Gonçalves é uma das pacientes que está na fila de espera por um rim. Ela conta que faz hemodiálise há 6 anos.
Foto: Valquíria Azevedo / Divulgação
“Estou na fila há dois anos, aguardando a minha vez. Fazer hemodiálise é muito cansativo, a gente fica debilitado, mas se Deus quiser minha vez vai chegar”, disse ela que há 15 dias foi convocada, mas não pode fazer o transplante, pois estava gripada.
Transplantado a 2 anos e quatro meses, Vilmar Motta, 61 anos, participou da ação.
Foto: Valquíria Azevedo / Divulgação
“Tive um bom atendimento desde 2022 quando descobri o problema renal, mas em 2019 entrei na fila e fui transplantado em 2020. A doação representa hoje a minha vida. Sou grato por todo atendimento que recebo”, disse ele que perdeu o irmão gêmeo, também paciente renal, por complicações da doença.
A satisfação do Vilmar—que recebeu a doação— é compartilhada por Beatriz Souza Silva Rocha, que doou o rim para o filho que tinha, à época, 12 anos.
Foto: Guilherme Giró/ Divulgação
“Doar órgão, além de doar vida, você está doando amor e está proporcionando qualidade de vida. Sou uma pessoa normal e vivo super bem. Meu filho terminou os estudos, trabalha, está muito bem e isso não tem preço”, disse.
Ricardo Baldino Faustino, de 59 anos, foi um dos que ouviu as orientações e informações das equipes na Praça, além de aproveitar para aferir a pressão arterial e a glicemia.
Foto:Valquíria Azevedo/ Divulgação
“Esse é um serviço muito importante. A informação é importante, chegando a mais pessoas com certeza vamos ter mais doadores”, disse.