A campanha “Outubro Rosa” é marcada por ações afirmativas relacionadas à prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. A iniciativa visa alertar a sociedade, compartilhar informações e promover a conscientização sobre a doença. Oncologista e paliativista do Núcleo de Controle e Avaliação da Secretaria Municipal de Saúde, Elizabeth Uhl destaca que prevenção é falar também de rastreamento, através da mamografia.
Em Campos, a nível de rastreio, o procedimento é oferecido para mulheres acima de 35 anos, diferentemente de algumas cidades, que ofertam o serviço para pacientes a partir dos 40 anos.
Elizabeth menciona que quando o tumor chega a ser palpável é porque ele já está muito avançado. A especialista orienta para que as pacientes façam a mamografia, que é o único exame capaz de fazer a detecção precoce da doença, ou seja, aquela lesão que não é palpável.
“Precisamos otimizar isso e informar a população que quanto mais cedo ela procurar um profissional, mais precoce será o diagnóstico, com tratamentos menos agressivos e com maior sucesso. Por isso, a importância do rastreamento, que nada mais é do que fazer o diagnóstico daquelas lesões que não são palpáveis”, explicou.
PREVENÇÃO É A SOLUÇÃO – Atualmente com 50 anos, a merendeira Rita de Cássia Gonçalves contou que, desde os seus 40 anos, faz mamografia anualmente. “Em 2022, em função das mamas densas, meu exame não ficou claro e a mastologista solicitou uma ultrassonografia, onde foi detectado um cisto de água na mama esquerda”, disse Rita, ressaltando que a médica informou que esses cistos somem sozinhos e não são motivos para preocupação, mas mesmo assim precisa fazer acompanhamento a cada 12 meses, também por conta da idade. “A gente tem que se cuidar. A prevenção nunca é demais”, acrescentou.
Para a gerente Luciene Vieira Santana, de 48 anos, prevenir é o melhor remédio. “Tenho nódulos na mama e preciso fazer esse acompanhamento todo ano. Sou atendida aqui (no Centro de Referência e Tratamento da Mulher) há três anos e sempre consegui todos os meus exames. Não tenho do que reclamar”, disse ela que é moradora do Parque Rodoviário.
TRATAMENTO – Elizabeth Uhl pontua que o fator idade é de suma importância para casos de neoplasia mamária. Portanto, mulheres acima de 50 anos estão mais expostas a esse tipo de carcinoma. Outros fatores incluem mutações genéticas (ser portadora dos genes BRCA1 e BRCA2), hereditariedade (casos familiares de câncer de ovário), obesidade, tabagismo, entre outros.
A médica informa que cada vez mais os tratamentos têm um caráter individualizado, com análise de cada caso. Além disso, a otimização do tratamento faz com que ele seja mais eficaz e menos agressivo.
“A biologia do tumor é diferente, então o tratamento é individualizado. É preciso avaliar se a paciente vai precisar fazer quimioterapia, radioterapia após a cirurgia, ou se ela vai fazer a cirurgia antes da quimio. Tudo isso será definido, sobretudo, de uma forma interdisciplinar, pois, ninguém trata pacientes com câncer sozinho. É importante que estejamos numa equipe, porque essa mulher vai precisar de todos os profissionais engajados para que ela possa ter um tratamento mais eficaz”, reforçou.
Elizabeth finaliza apontando que o apoio da família e dos amigos é de extrema importância durante o diagnóstico e tratamento da paciente. “É muito importante que as pessoas estejam próximas, que apoiem essa mulher para que ela retorne ao seu médico, para que ela não tenha medo, porque o medo paralisa e quanto mais tarde ela for procurar um profissional, menos eficaz será o tratamento”, concluiu a especialista. Campos possui três Unacons, são eles: Hospital Geral Dr. Beda; Hospital Escola Álvaro Alvim (HEAA); e Sociedade Portuguesa de Beneficência de Campos.