Campos Leite: assistência gratuita amplia e aprimora atividade leiteira

O programa Campos Leite, da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca, está mudando a vida de pequenos produtores rurais do município. Criado no governo Wladimir Garotinho, o programa disponibiliza assistência técnica e gerencial e acesso a outros serviços da pasta que complementam o apoio necessário aos produtores. O objetivo é promover o aumento e aprimoramento da produção leiteira por meio do associativismo e, assim, gerar o desenvolvimento de toda cadeia produtiva do leite. 

O secretário Almy Junior diz que a assistência vai da pastagem à produção do leite e derivados. “O Campos Leite caminha numa direção melhorar e ampliar da produção leiteira para que nossas agroindústrias possam avançar e, ao invés de termos apenas a venda do leite cru, o município fortaleça a comercialização de produtos processados, como queijo, manteiga e iogurte, entre outros. Com isso, o produtor terá mais lucro, vai gerar emprego e renda e a população rural terá mais qualidade de vida. O que estamos fazendo é reconstruir toda a cadeia produtiva do leite”, diz o secretário. 

Almy exemplifica o apoio da Prefeitura, por meio do Campos Leite, com o trabalho que está sendo desenvolvido por pequenos produtores de Balança Rangel, localidade do distrito de Travessão, região norte do município. 

“Em Balança Rangel, 12 pequenos produtores se organizaram em uma associação, que está sendo regulamentada pela Casa do Produtor Rural junto aos órgãos estaduais e federais competentes. Com a associação, a secretaria cedeu um resfriador com capacidade para armazenar dois mil litros de leite por dia.  São 12 produtores armazenando sua produção diariamente nesse tanque, que dá para resfriar 24 mil litros de leite por mês, sem o risco de perda, porque o resfriador conta com gerador de energia à gasolina para, no caso de falha no fornecimento de energia, o resfriamento seja suspenso e o produto estrague ou perca a qualidade. A Prefeitura já estava investindo no principal para o produtor de leite, que são estradas e pontes, e agora, temos os investimentos para alavancar a produção leiteira com a assistência técnica”, destacou Almy. 

DO PLANEJAMENTO À EXECUÇÃO DA ATIVIDADELEITEIRA 

Quando cita a assistência técnica como parte do processo de fortalecimento da atividade agropecuária, o secretário faz referência ao trabalho de profissionais e técnicos da secretaria e de instituições parceiras, como a Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Estado do Rio de Janeiro (Emater-RJ) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RJ), entre outras. “São agrônomos, zootecnistas, médicos veterinários, técnicos agrícolas e outros profissionais que atuam na capacitação dos produtores e trabalhadores rurais, que fazem análise do solo e orientam no plantio de pastagens que servirão de alimento para o rebanho leiteiro; cuidam de toda parte da sanidade animal, desde à vacinação à reprodução assistida, inclusive com exames de ultrassonografia; realizam cadastro ou atualização cadastral de produtores e propriedades; instruem na ordenha e armazenamento do leite, até a produção de derivados com boas práticas e segurança alimentar”, acrescenta o secretário de Agricultura. 

Médico veterinário que atua pela Secretaria de Agricultura, Renan Ribeiro presta assistência técnica aos pequenos produtores de leite de Campos, inclusive aos de Balança Rangel. A assistência técnica vai do planejamento da atividade à execução. 

“A produção de leite no município de Campos dos Goytacazes ela era sazonal, ou seja, ela dependia do período chuvoso por causa da disponibilidade de alimentos. Chegava na época seca, os produtores praticamente paravam de tirar leite porque não tinha alimento, os animais emagreciam, as vacas não pariam. A produção ia quase a zero. Hoje, há o planejamento para a produção do alimento, da forrageira para alimentar o gado no período de estiagem. Nós também trabalhamos a sanidade do rebanho, reduzindo o número de animais doentes e prevenindo a que a doença chegue nessas propriedades. O animal, antes da reprodução, ele tem que estar com o manejo nutricional adequado, porque precisa de um histórico de condição corporal e de saúde adequado, além do calendário sanitário em dia. Daí, entramos trabalhando a reprodução. As vacas passam por exame ginecológico e implantamos um programa de reprodução que pode ser por monta controlada ou por IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo), dependendo da realidade do produtor. Com as vacas reproduzindo e produzindo leite, o produtor consegue manter a atividade o ano inteiro”, explicou Renan. 

O veterinário ainda frisa a importância do Campos Leite para o desenvolvimento da atividade agropecuária do município. “Hoje, com o Campos Leite, os produtores estão mantendo a produção, porque o programa dá assistência desde o início, com o planejamento das pastagens, da produção de alimento para os animais, à sanidade das vacas e do rebanho. Isso melhora a produção e aumenta a produtividade. Com essa produção constante em quantidade e qualidade, o leite que sai da propriedade vai para a agroindústria e chega ao consumidor final com uma qualidade melhor. Toda a assistência é disponibilizada gratuitamente aos pequenos produtores e o resultado, com certeza, é a melhoria da produção e mais qualidade de vida no campo”, falou o médico veterinário. 

MAIS PRODUTIVIDADE 

Foto: Felipe Rosa / Divulgação

No Rancho Rocha Rosa, onde funciona o ponto de coleta do leite armazenado pelos produtores de Balança Rangel, “o resfriador de leite cedido pela Prefeitura está mantendo viva a produção leiteira da região”, segundo declarou o proprietário Felipe Samuel Rocha, que destaca, ainda, toda a assistência técnica recebida pelo município. 

“Somos 12 pequenos produtores com a disponibilidade de colocar leite nesse tanque, para comercializar. O caminhão de indústria de laticínios vem coletar o leite três vezes por semana.  Então, o resfriador aqui, na propriedade, é muito importante porque deixa a gente vivo na pecuária leiteira. Antigamente, para armazenar o leite, eu tinha que percorrer 15 quilômetros para ir e 15 quilômetros para voltar. Todos tinham que percorrer longas distâncias, o que gerava muitos custos e acabava fazendo com que os produtores deixassem de investir na produção de leite. Hoje, com o resfriador próximo, meus vizinhos estão animados para aumentar a produção. Pode até parecer pouco, mas esse programa da Prefeitura, com todo apoio que a gente recebe, está mudando a nossa realidade”. 

Felipe, que em menos de um ano conseguiu aumentar sua produção de 30 para 90 litros de leite por dia, também explica a importância do Campos Leite para os produtores de sua região.  “Nós temos hoje capineira, que é o capiaçu, e a gente faz a nossa própria ensilagem (processa e armazena o alimento para o gado) para o gado ter ração o ano inteiro. Temos também a assistência para a reprodução animal. Então, temos assistência desde o capim, que é o início de tudo, até o acompanhamento da saúde do rebanho e da reprodução, o que possibilita que as vacas produzam sempre e nossa atividade. Isso, além do resfriador, é claro. Então, o Campos Leite está mantendo viva a atividade leiteira em Balança Rangel e nosso objetivo é, com a associação de produtores que estamos criando, termos condições de investir em novas tecnologias para ampliar e aperfeiçoar cada vez mais a produção de leite na nossa região", finalizou o produtor.