Desafios relacionados ao desgaste da linha da costa, às ressacas do mar e às mudanças climáticas verificadas em Farol de São Tomé foram temas debatidos nesta quarta-feira (08), durante o 1ª Workshop Desastres Naturais e Erosão Costeira na Orla Marítima de Campos dos Goytacazes, promovido pela Secretaria Municipal de Defesa Civil. O evento, direcionado a gestores públicos, especialistas e demais envolvidos na área, aconteceu das 9h às 18h, no auditório da OAB-Campos, e teve como palestrante geógrafo marinho, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) com formação superior nas áreas de Geomorfologia, Geologia e Geofísica Marinha, Eduardo Bulhões.
Foto: Larissia / Nascimento / Divulgação
O workshop atraiu diversos representantes de órgãos relacionados ao tema de toda a região. A mesa de autoridades foi composta pelo secretário de Defesa Civil de Campos, coronel Alcemir Pascoutto; o secretário municipal de Agricultura, Pecuária e Pesca, Almy Júnior, que representou o prefeito Wladimir Garotinho; o coordenador Geral da Regional da Defesa Civil (Redec Norte Fluminense), coronel Joelson de Oliveira; o agente da Capitania dos Portos da Marinha em São João da Barra, capitão-tenente Fábio Henrique; o comandante do Comando de Bombeiros de Área, coronel Marcio Montenegro; o presidente do Comitê Baixio Paraíba, Zenilson Coutinho; e o superintendente Regional do Instituto Estadual de Ambiente (Inea), Leonardo Barreto.
O secretário Alcemir Pascoutto definiu o workshop como fundamental para o cumprimento das diretrizes da Política Municipal de Proteção e Defesa Civil, com a possibilidade de compreensão dos riscos associados à erosão costeira e, consequentemente, o aprendizado sobre estratégias de mitigação.
Foto:Vadinho Ferreira / Divulgação
“Trabalhar prevenção e pensar em uma melhora de forma sustentável, passar para a população informações corretas, dar atenção especial às áreas mais vulneráveis de toda essa orla é de suma importância para nós da Defesa Civil e todos os órgãos relacionados com o tema desse workshop. Quando temos um técnico, uma pessoa estudiosa da área e que nos dá o embasamento necessário, isso fortalece nosso trabalho e inclusive a preparação de ações como as que precisamos para Farol. Nós temos, por exemplo, a necessidade de construção de uma nova estrada em Farol, em ponto de grande erosão, e, se as medidas não forem tomadas de forma correta, nós teremos problemas, em curto prazo. Então, é fundamental um evento como este, onde tratamos da evolução da entrada da orla em direção ao continente, pensando em medidas sustentáveis para consolidar um trabalho e ter, cada vez mais, credibilidade junto à população”, destacou Pascoutto, lembrando que a Defesa Civil desempenha um papel fundamental na prevenção e enfrentamento de desastres.
A programação do workshop foi aberta com a palestra sobre o tema do evento, apontando “Aspectos gerais da orla marítima de Campos dos Goytacazes”; “Desastres naturais – ressacas do mar e erosão costeira”; e “Tendências de deslocamento da linha de costa”. A segunda palestra apresentou “Ressacas do mar de Farol e erosão costeira”; a terceira falou sobre formas de “Detecção e monitoramento”; e o tema da última foi “Soluções de defesa do litoral”. Todas as palestras foram seguidas de sessão de perguntas e respostas.
Foto: Vadinho Ferreira / Divulgação
“Há dois anos venho apresentando meu diagnóstico sobre a orla do município e temos uma situação bastante alarmante, bastante preocupante com alguns segmentos do litoral de Campos que estão sofrendo com erosão intensa e severa. Isso hoje está afetando as estradas; mas, daqui a pouco, vamos ver, em sério risco, casas, propriedades dos moradores de Farol. Eu tenho alertado a Defesa Civil, que tem se mostrado bastante atenta e sensível a esse tema, trabalhando em ações de prevenção e também de capacitação. Esse evento visa capacitar os servidores da Prefeitura de Campos e demais colegas de municípios vizinhos sobre esse tema e não é comum vermos um especialista falando sobre erosão costeira. Então Campos está aproveitando essa oportunidade para deixar bem claro qual é a ameaça à orla do município. O que se espera é que esse tipo de evento gere, como contrapartida, é um debate entre as secretarias, dentro do próprio poder público, e que isso vire um tema prioritário. A gente espera que os municípios vizinhos, o Governo do Estado e o órgão ambiental do Inea também se preocupem com o tema e que isso gere projetos com soluções concretas para a defesa do nosso litoral”, destacou o palestrante Eduardo Bulhões.
O geógrafo também falou sobre tecnologias e métodos para prever, detectar e monitorar desastres costeiros, com demonstrações práticas de ferramentas de monitoramento. Discussão de soluções sustentáveis e inovadoras, encerraram o evento.
No workshop, foram registradas presenças de gestores de órgãos ligados à preservação ambiental e prevenção e enfrentamento de desastres, que ainda levantaram desafios para problemas verificados nas orlas de Atafona e do Açu, entre outras. Participaram do evento, o coordenador de Defesa Civil de São João da Barra, tenente Marco Antônio; o diretor da Defesa Civil de São Francisco de Itabapoana, José Ricardo; coordenador da Defesa Civil de Quissamã, Marcos Alves; a chefe da terceira Rota do DER, Gabriela Riter; o subsecretário de Planejamento Urbano de Campos, Mariel Oliveira; o presidente da Colônia dos Pescadores de Farol de São Tomé, Rodolfo Ribeiro; e o vice-presidente do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT), Davi Alcântara.