A Subsecretaria de Políticas para as Mulheres realizou, nesta segunda-feira (11), o desfile de moda “Ressignificar”, com 12 mulheres assistidas pelo Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM) Mercedes Baptista. O evento aconteceu no Palácio da Cultura, onde foi aberta, ainda, a exposição fotografia “Marcas do Recomeço”. Na passarela e nas telas, as mulheres mostraram, além de beleza, a força e a determinação para vencer a violência doméstica.
“Existe vida após a violência. Quando estampamos o rosto dessa mulher, tendo certeza que ela ressignificou a vida, é motivo de muita alegria para nós. Que elas possam ser potência para outras tantas”, disse a subsecretária de Políticas para as Mulheres, Josiane Viana.
As 12 mulheres entraram na passarela com a certeza da superação de um período difícil e traumático de suas vidas. Como Patrícia Pedra, de 35 anos. Ela conta que sofreu queimaduras de 40 graus causadas por um companheiro quando tinha 18 anos.
“Estar aqui é lutar por todas outras mulheres que sofreram violência doméstica. Que elas tenham coragem de denunciar o seu agressor. Eu só consegui falar da minha violência aos 30, ou seja, há cinco anos. Estar aqui depois de tudo é algo muito honroso”, disse.
“Eu sofri demais para chegar no lugar que cheguei, mas estou aqui linda e maravilhosa. Me casei cinco vezes, mas o último casamento foi o pior de todos. Meu ex-marido me deixava trancada dentro de casa. Eu achei que a minha vida já estava no fim, mas dei a volta por cima”, disse a assistida Lucileia dos Santos, de 54 anos.
“Eu sofri violência doméstica ainda na infância, junto com a minha mãe. Hoje eu trabalho como atriz e falo justamente sobre isso. Esse convite do desfile veio e eu resolvi colocar a cara a tapa. O maior desafio das mulheres é pedir ajuda. Eu superei através do amor próprio, mas, acima de tudo, precisamos empoderar outras mulheres”, ressaltou a atriz Graziele Souza.
O desfile “Ressignificar” foi realizado em parceria com o Estúdio Rosana Gusmão, que ensaiou as meninas e também serviu de local para as fotos da exposição fotográfica “Marcas do Recomeço”. São fotos das mulheres em metade preto e branco e a outra colorida, mostrando a mudança de vida delas após a superação da violência sofrida. As fotos foram feitas pelo fotógrafo Márcio Martins.
A Subsecretaria de Políticas para as Mulheres, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social, foi criada em 2021, primeiro ano do governo Wladimir Garotinho. Naquele mesmo ano, foi inaugurado o Ceam, porta de entrada para atender mulheres em situação de violência. O Ceam completa a rede de enfrentamento e combate à violência contra a mulher e meninas no município por ser um centro especializado, que conta com atendimento interdisciplinar com psicóloga, assistente social, assistência jurídica, além de orientação e informação.
A rede de proteção à mulher ainda é composta pela Casa Benta Pereira, unidade de acolhimento sob sigilo que atende mulheres vítimas de violência; Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam); Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim); Patrulha Maria da Penha; núcleos do Centro de Referência Especializado em Serviço Social (Creas); e a Patrulha Maria da Penha, da Polícia Militar, além de Promotoria de Justiça e Defensoria Pública.
Canais de denúncia – As denúncias podem ser feitas através do Disque 100, serviço de atendimento telefônico gratuito, sigiloso e que funciona 24h, todos os dias, inclusive, aos sábados, domingos e feriados, além dos conselhos tutelares divididos por territórios, onde devem ser feitas denúncias de violação de direito das crianças e adolescentes.
Rede de Proteção:
Deam – (22) 2738-1309
Ceam – (22) 98175-0180
Comdim – (22) 99251-3052
Patrulha Maria da Penha – PM – (22) 99251-3052
Emergência – Disque 190