A Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct) continua distribuindo os absorventes higiênicos na rede municipal de ensino, dentro do Programa Dignidade Menstrual. A ação visa diminuir a evasão escolar e está contemplando centenas de alunas de mais 40 unidades escolares nesta semana.
Na semana passada, estudantes do Ciep Professora Carmem Sylvia Carneiro, Ciep Wilson Batista e das Escolas Municipais Eloy Ornelas, Albertina Azeredo Venâncio, Carlos Chagas, Claudia Almeida Pinto De Oliveira, Custódio Siqueira, Doutor Luiz Sobral, José Do Patrocínio, Marechal Artur da Costa e Silva, Professora Eleonora da Silva Pinto Viana, Professora Wilmar Cava Barros e Raymundo Soares Filho foram as contempladas.
A professora Thatiana Barbosa, do Ciep Wilson Batista, elogiou o projeto. “Nós tínhamos uma caixinha para juntar dinheiro para nossas alunas comprarem absorventes todo mês, e os professores ajudavam do próprio bolso. Esse projeto é maravilhoso! Vocês estão de parabéns! Enquanto escola, a gente agradece essa possibilidade de levar mais dignidade para nossas adolescentes. E, por outro lado, sabemos que as presas estarão ocupando a cabeça com coisa boa, trabalhando e ajudando as estudantes”.
A diretora da mesma unidade, Célia Maria, destacou a importância da ação. “A Secretaria de Educação, neste convênio com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), está permitindo que o projeto aconteça, e essa medida é de extrema importância, tanto para as apenadas que estão buscando sua dignidade e tentando pagar o que devem à sociedade, quanto para nossas alunas e suas famílias. São pessoas que precisam muito desse apoio que vocês estão dando e isso faz toda a diferença para a educação”, disse.
Segundo a assessora técnica da Seduct, Catia Mello, o cadastramento das estudantes aconteceu durante o mês de novembro, e 765 alunas de 41 unidades fizeram a inscrição para o recebimento do produto.
“Esse é um momento de grande emoção. Muitas alunas no período menstrual não têm dinheiro para comprar absorvente e acabam faltando às aulas. Saúde e Educação andam juntas nesta gestão do secretário Marcelo Feres e do prefeito Wladimir Garotinho. As mulheres privadas de liberdade fizeram esses absorventes com muito carinho. A partir de agora, todo mês, vocês vão receber um pacote feito pelas mãos delas, proporcionando mais conforto e dignidade para vocês”, afirmou Catia durante a entrega.
Fábrica — O programa é desenvolvido em parceria com a Unidade Prisional Feminina Nilza da Silva Santos, ligada à SEAP. Os absorventes são produzidos pelas apenadas, que utilizam uma máquina profissional adquirida pela Prefeitura de Campos. A fábrica funciona dentro da própria unidade prisional e é a primeira em todo o estado do Rio de Janeiro funcionando em um presídio. A expectativa é produzir cerca de 70 mil absorventes/mês, beneficiando aproximadamente 10 mil alunas.
Controle de qualidade — Catia acrescentou que as alunas também estão ajudando a aprimorar o produto. A Secretaria realizou um Teste de Controle de Qualidade dos Absorventes, com a participação de 30 alunas avaliadas, antes do início da distribuição para a rede. Elas responderam a um questionário com perguntas como, por exemplo, se o absorvente gerou desconforto, assaduras ou reações alérgicas.
“O teste mostrou que 90% das alunas sinalizaram que os absorventes não apresentaram ou apresentaram muito pouco vazamento; 90% das alunas não sentiram desconforto ao usarem os absorventes; 100% das alunas relataram que o produto não exala odor; 57% das alunas consideraram o produto bom e adequado no que diz respeito ao tamanho; 37% das alunas já deixaram de frequentar às aulas pela falta dos absorventes pelo menos quatro vezes neste ano; e 90% consideraram a iniciativa muito boa/ótima”, afirmou Catia.