O país vem registrando um aumento expressivo nos casos de dengue, neste mês de janeiro, de até 100%, se comparado ao mesmo período do ano passado. A situação não difere no município de Campos, segundo informou o subsecretário de Vigilância em Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde, o infectologista Charbell Cury. De acordo com ele, é importante que as pessoas estejam atentas aos sintomas da doença e busquem ajuda médica ao menor sinal de alerta.
Além disso, a prevenção também é fundamental, evitando o acúmulo de água parada e tomando medidas para proteção individual contra a picada do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Outra preocupação é durante o período de Carnaval, já que as pessoas tendem a passar mais tempo fora de casa e frequentar locais com potencial para proliferação do mosquito.
Na última quinta-feira (25), foi apresentado aos serviços de saúde do município o novo fluxograma para manejo da doença. A estratégia envolve a descentralização do atendimento para a dengue, incluindo as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e as Unidades Pré-Hospitalares (UPH), no intuito de fornecer atendimento inicial aos pacientes, desafogando, assim, os hospitais de urgência e emergência, além do Centro de Referência da Dengue (CRD).
“Já estamos sentindo que esse ano será bastante atípico de casos de dengue e isso é muito preocupante. É preciso reforçar que a prevenção é uma responsabilidade de todos e a conscientização sobre esses cuidados é essencial para combater a proliferação do Aedes aegypti, especialmente durante o período do Carnaval, onde as aglomerações e os locais com coleções de água parada representam um risco significativo para a proliferação do mosquito transmissor da dengue”, realçou Kury.
O médico destaca que o uso do repelente é um cuidado individual importante. Além disso, é fundamental tomar cuidados coletivos em casa, principalmente antes de viajar, como eliminar possíveis criadouros do mosquito: retirar água parada em vasinhos de plantas; telar caixas d água; cobrir os ralos da residência e evitar acúmulo de lixo e entulhos em quintais e terrenos baldios.
“Com o aumento das chuvas e da exposição ao sol, temos um ambiente propício para a disseminação da dengue. Por isso, a conscientização sobre os cuidados individuais e coletivos é essencial para prevenir a propagação da doença”, enfatizou.
SINAIS E SINTOMAS – Kury ressalta que o quadro clínico e os sintomas mais comuns da dengue são: febre, moderada a alta e que não dura mais do que sete dias; dor de cabeça e atrás dos olhos; náuseas; mialgia (dor muscular); falta de apetite e manchas pelo corpo. Em casos mais graves, o paciente pode evoluir para uma dor abdominal intensa, sangramentos, hipotensão, vômitos, diarreia e choque.
“Sangramento gengival, petéquias, que são aquelas pintinhas vermelhas na pele, tosse com sangramento, ou uma manifestação de menstruação que dura mais tempo do que o esperado, tudo isso pode ser dengue com sinais de alerta. Entretanto, podemos ter também a dengue ocular, que é a hemorragia na conjuntiva do olho. Então, se depois de três dias de febre, dor de cabeça e outros sintomas o olho ficar vermelho, pode ser sinal da doença”, pontuou Charbell.