No mês de fevereiro, uma campanha de grande relevância toma conta do cenário da saúde: o “Fevereiro Laranja”. Essa iniciativa tem como propósito principal conscientizar a população sobre a prevenção, diagnóstico e combate à leucemia — um tipo de câncer no sangue.
Campos se tornou o terceiro município do estado do Rio de Janeiro e o primeiro do interior a ser um polo para o cadastro de doadores de medula. Em 18 de outubro de 2021, em uma cerimônia que contou com a presença do prefeito Wladimir Garotinho e diversas autoridades, o Hemocentro Regional de Campos (HRC) iniciou esse importante serviço, visando ajudar pacientes que necessitam de transplante.
Segundo o Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), o Brasil possui o terceiro maior banco de doadores no mundo, com aproximadamente 5 milhões de pessoas cadastradas. A doação de medula pode salvar vidas, sendo indicada para mais de 80 doenças, incluindo leucemia, linfoma e casos graves de anemia.
A diretora do Hemocentro Regional de Campos, Sandra Chalhub, explica que o processo de cadastro para se tornar um possível doador é relativamente simples e semelhante à doação de sangue. O Hemocentro Regional de Campos mantém uma parceria com o laboratório de Histocompatibilidade e Criopreservação (HLA) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), que desempenha um papel crucial nos exames de compatibilidade de medula.
Chalhub destaca que a faixa etária para o cadastro de doadores vai dos 18 aos 35 anos. O processo envolve triagem, coleta de sangue e exames para identificar possíveis incompatibilidades. “A amostra é enviada ao REDOME, onde é avaliada para verificar compatibilidade com pacientes necessitados”, disse.
Como ser cadastrar
O Hemocentro é anexo ao Hospital Ferreira Machado (HFM) e atende à demanda de 25 unidades hospitalares da região, como São Fidélis, Santo Antônio de Pádua, Quissamã, São João da Barra, São Francisco de Itabapoana e outros. O HRC funciona diariamente, das 7h às 18h, inclusive aos sábados, domingos e feriados e fica localizado na Rua Rocha Leão, n° 2, no bairro do Caju.
Para se tornar um doador de medula óssea é necessário estar em bom estado de saúde; não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue (como infecção pelo HIV ou hepatite) e não apresentar história de doença neoplásica (câncer), hematológica ou autoimune (como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide). Para realizar o cadastro de doação de medula óssea no HRC é necessário doar sangue.
Atualização Constante do Cadastro
A diretora também enfatiza a necessidade crítica de manter os cadastros sempre atualizados. “Mudanças de endereço ou número de telefone devem ser comunicadas para garantir que, ao ser identificada uma compatibilidade, o contato seja efetivo e rápido. Afinal, a agilidade no processo é crucial quando se trata de salvar vidas”, enfatizou.
O “Fevereiro Laranja” vai além da doação de medula, abrangendo uma ampla campanha de conscientização sobre a leucemia. O diagnóstico precoce é um ponto-chave destacado por Chalhub, alertando que sintomas como plaquetas baixas podem ser erroneamente associados à dengue. Ela encoraja as pessoas a procurarem um hematologista ou infectologista para uma avaliação mais detalhada diante da persistência de sintomas.