Os trabalhos de demolição manual dos escombros do prédio do antigo Hotel Flávio prosseguem com o monitoramento da Secretaria de Defesa Civil de Campos. Após a intervenção emergencial realizada no dia 13 de fevereiro pela Secretaria de Obras e Infraestrutura, que demoliu com máquina retroescavadeira as paredes do segundo e terceiro pavimentos que estavam prestes a cair, o trabalho está sendo feito manualmente e, em alguns pontos, com auxílio de martelete de pequeno porte, que não causa impacto na parede geminada do prédio ao lado.
Nessa terça-feira, o subsecretário da Defesa Civil, Major Edison Pessanha, esteve no local para acompanhar de perto o andamento dos trabalhos de demolição manual das paredes internas do antigo prédio, que são geminadas (encostadas) com outras edificações.
Após analisar os procedimentos de segurança que vêm sendo adotados pela Secretaria de Obras e Infraestrutura, Edison Pessanha falou sobre o andamento dos trabalhos e os próximos passos, no que tange à segurança da operação de demolição conduzida pela Secretaria de Obras e Infraestrutrua.
“Na medida em que a demolição avança e diminui a altura da parede lateral ao prédio residencial, reduz consideravelmente o risco de alguma parte cair sobre a laje do prédio ao lado. Quando a parede estiver abaixo da parede do prédio residencial vizinho, será feita nova avaliação mais detalhada sobre as condições dessa parede, situada do lado direito, para decidir se será possível utilizar máquina retroescavadeira para dar celeridade aos trabalhos, com vistas à liberação do trecho interditado na Rua Carlos Lacerda, entre a Avenida Sete de Setembro e a Rua 21 de Abril”, justifica o subcomandante Edison Pessanha.
O subsecretário de Obras e Infraestrutura, José Fernando Guedes, corrobora as declarações do subsecretário da Defesa Civil, Edison Pessanha.
“A decisão da Defesa Civil se deu por estarem as paredes frontais e internas prestes a ruir, com grandes rachaduras e soltas, devido aos incêndios que queimaram os pranchões de madeira que travavam as paredes e os pavimentos e derrubaram o telhado. As elevadas temperaturas e a ação das intempéries durante muitos anos de abandono afetaram significativamente a estrutura do casarão do século XIX, que configurava tragédia anunciada no número 46 da estreita e movimentada Rua Carlos Lacerda, no trecho de intensa movimentação de pedestres, entre a Avenida Sete de Setembro e Rua 21 de Abril, no Centro da cidade”.
DEFESA CIVIL ATUA NA PREVENÇÃO E NA MITIGAÇÃO DO RISCO
O secretário de Defesa Civil, Alcemir Pascoutto relata que a preocupação com o estado do prédio se acentuou desde 2012, quando o incêndio danificou significativamente a estrutura do edifício.
“Sobre o aspecto técnico, o prédio já sofreu forte impacto na estrutura, com desabamento interno em 2012, quando informamos o risco em laudo técnico. Ali já eram necessárias medidas, porque a Defesa Civil trabalha na prevenção e na mitigação do risco. Nossa prioridade é a preservação da vida. Vale destacar que naquele incêndio constatamos que, devido à quantidade de madeira com peças de grande porte e em grande quantidade, a alta temperatura afetou todo o reboco, que despencou por alguns dias, bem como a dilatação provocou torção na estrutura. Decidimos, naquela ocasião, pela interdição até que os proprietários tomassem decisão. Desde então, sem a cobertura e sem o reboco, todas as chuvas infiltraram pelas paredes, e todo o prédio ficou ainda mais comprometido, não cabendo outra decisão do poder público a não ser a demolição para prevenir uma tragédia anunciada, porque era evidente a queda do prédio, da mesma forma que o antigo prédio situado na esquina das ruas do Príncipe e Saldanha Marinho, que ruiu há poucos dias com parte atingindo a calçada e a rua. Mas, ainda bem, que aconteceu na madrugada”, afirmou Alcemir Pascoutto.