Produtores rurais de Campos e região participaram, nesta sexta-feira (23), do Dia de Campo: Pesquisa e Desenvolvimento da Soja no Norte Fluminense, que aconteceu na Fazenda Santa Cruz, localizada no subdistrito de Santa Cruz, onde há o cultivo de cerca de 300 hectares de soja. O secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca de Campos, Almy Júnior, participou do evento que reuniu cerca de 100 pessoas, entre produtores rurais e representantes de diversos órgãos ligados ao setor agrícola.

Durante o evento, os participantes se atualizaram sobre a viabilidade e oportunidades de produção de soja no Norte Fluminense, os desafios para adaptação da produção de grãos frente às mudanças climáticas, a soja baixo carbono, melhoramento genético, cultivo e colheita e, ainda, a relação de insumos na cultura da soja. Responsável por parte do escoamento de grãos na região, representantes do Porto do Açu também expuseram a sua logística. Os participantes fizeram ainda uma visita de campo na Fazenda Santa Cruz.
O secretário Almy Júnior falou do crescimento do cultivo de soja na região, que pode ser, inclusive, utilizado no beneficiamento da exportação de gado vivo.
“Este dia de campo é de suma importância para demonstrar que é possível produzir soja, produzir grãos em Campos. Isso é fundamental para alavancar a agricultura. Tivemos o encontro sobre exportação de boi vivo e não terá boi se não tiver soja e milho, principalmente quando eles estiverem confinados. Então, essa é a matéria-prima importante da agricultura. Assim a Prefeitura age: viabilizando os eventos, melhorando a infraestrutura rural, recuperando estradas e pontes, viabilizando a conectividade rural, promovendo a criação de associações de produtor, entre outras estratégias. Tudo isso para fortalecer o agronegócio em nosso município”.
O gerente da fazenda Abadia, Vini Pedro, considera importante a realização de eventos como o Dia de Campo. “Em 2001 tivemos a iniciativa de plantar soja, utilizamos cerca de 50 hectares na fazenda, num trabalho de rotação de cultura, uma vez que plantamos cana de açúcar. Não demos continuidade por falta de estrutura e conhecimento que não tínhamos na época. Neste evento, viemos buscar as novas tecnologias, as pesquisas a respeito para, quem sabe, voltarmos a produzir o grão. Estamos esperando a região tomar realmente um rumo nessa cultura, uma vez que somos médio produtor. A cultura da soja tem um bom rendimento financeiro, além do efeito benéfico ao solo”.
O administrador da fazenda Santa Cruz, Arthur Pretyman, relata que são 300 hectares de terra com cultivo de soja. “A gente fez um primeiro teste em 40 hectares e tivemos uma produtividade satisfatória e a gente foi aumentando gradativamente até chegar nos 300 com a intenção de crescer aí para pelo menos até 600 hectares nos próximos anos. A gente sabe que o solo aqui é rico, ele é fértil. A gente procurou a soja como uma oportunidade de rotação de cultura para fazer com a cana. A cultura do grão está diretamente conectada ao da pecuária, que também é forte aqui”, concluiu.