A escola Municipal Carlos Chagas, em Jacarandá, foi o local escolhido para uma reunião de planejamento participativo com educadores, nesta quinta-feira (22). O objetivo é a construção de um plano de formação da educação do campo com os profissionais da unidade.
O evento, realizado pelo setor de Educação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), contou com o apoio da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct), por meio da Articulação da Educação do Campo e da Educação para a Diversidade, em conjunto com departamentos da secretaria e da Escola de Formação de Educadores do Município (Efem). A ação conta ainda com a parceria do Núcleo de Infância e Juventude do curso de Psicologia da Universidade Federal Fluminense (UFF/Campos), o Nijupe.
Durante o encontro, o Articulador Pedagógico das políticas da Educação do Campo, Marcelo Vianna, ressaltou que esse plano de formação participativo se desdobrará em cadernos pedagógicos que servirá para todos os educadores que atuam e atuarão no fortalecimento da identidade territorial da escola.
“Esse não é um processo de um setor apenas, mas algo coletivo, com a participação da Nutrição, Pedagógico, Efem, e subsecretaria de Educação. A Carlos Chagas está situada dentro do Assentamento Zumbi dos Palmares, o maior do Estado do Rio de Janeiro, e tem suas especificidades. Vamos começar o plano participativo por essa unidade como estímulo a outras escolas elaborarem também seu plano de formação docente e discente, contando com o apoio de toda equipe técnica da Secretaria” explicou Marcelo.
Professora de Psicologia e coordenadora do Nijupe, Beatriz Perez, destacou que a ideia é conversar com os professores e discutir as diretrizes da educação no campo para que a Carlos Chagas seja modelo em outras unidades.
Queremos envolver a escola como um todo, com encontros mensais, nos quais uma equipe de estagiário vai realizar atividades com as crianças enquanto outro grupo realiza o trabalho com os professores. É um projeto participativo, não é algo que vem pronto mas que vai ser construído juntos com todos. É um desafio grande, algo inovador, repensar as práticas, mas é muito animador", explica Beatriz.
Dirigente estadual do MST, José Carlos da Silva dos Santos, disse que os encontros vão começar em abril e os temas discutidos serão: História dos Movimentos Sociais do Campo, Fundamentos da Educação de Campo, Território, Direito à Alimentação Saudável, entre outros.
Gestora da unidade, Edimarcia Rangel da Silva, lembrou que fez parte do acampamento do MST no Zumbi dos Palmares. "É um momento muito importante para nossa escola porque estamos lutando para uma educação voltada para o campo, mantendo suas tradições, culinária e cultura", ressalta a gestora.
Professora da Carlos Chagas, Raquel Barros da Fonseca Pessanha, também reforçou a importância dos encontros.
"É essencial para que possamos alinhar e aprimorar o nosso conhecimento e, dessa forma, contribuir para o ensino aprendizado de nossos alunos, de acordo com suas vivências", finalizou a professora.
Também participaram do encontro o articulador da Educação Escolar Quilombola, Educação das Relações Étnico-raciais e Educação para a Diversidade, Diego Santos, a coordenadora da Educação Infanti, Anos Finais, Ana Márcia Scot e a assessora da subsecretaria de Educação, Livia Lisboa, que representou a subsecretária da pasta, Rita Abreu.