O descarte de lixo e entulhos em locais inadequados contribui para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Para combater essa prática, o município disponibiliza sete Pontos de Entrega Voluntária de Entulhos (PEVEs), popularmente conhecidos como entulhódromos. No entanto, sem a conscientização da população, o trabalho se torna ineficaz.
Esse foi um dos assuntos debatidos na quarta-feira (6), durante a primeira reunião do Gabinete de Crise da Dengue, realizada no gabinete do vice-prefeito Frederico Paes, na Prefeitura, a fim de definir estratégias para o enfrentamento à epidemia da doença, decretada no dia 1° de março.
Além de autoridades de saúde e representantes do governo municipal, a reunião contou com a presença da promotora da 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Campos, Maristela Naurath.
Segundo a secretária de Serviços Públicos, Simone Muniz, que também participou do encontro, os sete PEVEs em funcionamento no município estão aptos para receber pequenos entulhos como galhos, telhas, tijolos e materiais inservíveis, sem a necessidade de cadastro. Segundo ela, os entulhos são de responsabilidade de quem os gera e, portanto, devem ser encaminhados para um dos PEVEs e não descartados nas vias públicas.
“É preciso uma mudança de hábito por parte da população, pois todos têm consciência de que jogar lixo na rua é proibido e gera multa”, afirmou Simone, ressaltando que na última semana, durante o Faxinão contra a Dengue, promovido numa ação integrada entre o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e diversas secretarias, foram recolhidas 4 mil toneladas de lixo e entulhos em várias ruas dos bairros de Guarus. O montante representa quase 50% do que é recolhido em um mês.
A secretária disse, ainda, que o município está se preparando agora para a criação de outros três PEVEs, um no Jardim Ceasa, na Rua Dr. Domingos Guimarães, que deverá entrar em funcionamento no final de março. Os demais serão em Ururaí e na Linha do Limão, em Goitacazes. “Alguns pontos de entrega, como o do Parque Julião Nogueira, passarão por obras de revitalização e adaptação para que possam receber também eletrônicos e recicláveis. O do Julião Nogueira está temporariamente inacessível devido às obras do Bairro Legal no local”, disse.
Durante a reunião do Gabinete de Crise, a promotora Maristela Naurath falou da importância dos PEVEs.
“Eu já utilizei o serviço e ele é ótimo. Existe uma pessoa para te recepcionar e, o mais importante, você descarta corretamente o seu entulho, contribuindo para que esse mosquito não se prolifere. É preciso a união de todos. A sociedade campista precisa se unir, precisa checar os seus imóveis, verificar se o imóvel do vizinho está fechado há muito tempo e, caso esteja com criadouros do mosquito, informar à Ouvidoria da Prefeitura, ao setor de Posturas ou ao próprio Ministério Público, pelo 127”.
LOCAIS ADEQUADOS
Os sete PEVEs em funcionamento estão situados na Avenida Nossa Senhora do Carmo, no Parque Aurora; Parque Santa Rita, atrás do Hospital Geral de Guarus (HGG); Avenida Zuza Mota; Penha; Caju; Flamboyant e Julião Nogueira. Eles funcionam de segunda a sábado, das 7h às 19h, e aos domingos, das 7h às 13h.
Morador do bairro do Caju, Gabriel de Souza disse que sempre leva os entulhos para o entulhódromo que fica ao lado do Cemitério do Caju. “Fiz capina em casa e vim trazer as galhadas. É o lugar apropriado para isso. Não dá para deixar na rua e, por isso, trago aqui e é bem rapidinho. Fico indignado quando vejo pessoas jogando lixo e entulhos nas ruas, pois, além da onda de dengue que estamos vivendo, ainda dá rato, barata e todo tipo de bicho”.
Já José Moraes, que mora na Pecuária, disse que já chegou a jogar entulho em local indevido. “Antes, eu jogava em uma área perto de uma empresa de cerveja, mas um colega passou e falou que era proibido e que eu poderia ser multado. Assim, descobri que o local correto era no entulhódromo. Desde então, venho aqui e sou muito bem atendido”, afirmou.