Notícia no detalhe

Ação “Dentinho no leito” é reativado no Hospital Geral de Guarus

Paciente de quatro meses internado por dengue recebeu abordagem odontológica e tratamento a laser de uma infecção para melhora do prognóstico

Por: Girlane Rodrigues - Foto: Girlane Rodrigues / Divulgação - 12/03/2024 - 07:32:29

O Hospital Geral de Guarus (HGG) é pioneiro no atendimento odontológico público em pacientes internados em clínicas pediátricas em Campos. O programa “Dentinho no leito” foi reativado em fevereiro de 2024, uma prioridade da direção em executar as propostas de excelência no atendimento defendidas pelo governo Wladimir Garotinho e Frederico Paes.

“É um projeto bacana, porque vemos diariamente as dificuldades que essas crianças têm de ter acesso à saúde bucal. E quando a gente cuida do internado e consegue fazer o diagnóstico da saúde bucal, elas, de alguma forma, saem do hospital com o direcionamento para continuarem o tratamento. Isso coloca a gente naquela velha máxima: de que a saúde começa pela boca”, afirmou o superintendente do HGG, o médico Vitor Mussi.

Diretora clínica do HGG, a médica Luisa Barreto destacou o atendimento global ao paciente. “O projeto foi mais uma inovação da equipe da pediatria, que aproximou esse profissional dentista ao atendimento global de crianças que precisam desse olhar universal do tratamento, o que faz uma grande diferença no resultado final. Mais uma vez parabenizamos a evolução, progresso e olhar universal ao paciente que é dado na pediatria”, comemorou a diretora clínica.

Como nasceu

O “Dentinho no leito” nasceu a partir da sensibilidade dos profissionais da pediatria em examinar o paciente por completo e identificar, em muitos casos, a necessidade de cuidado oral. Ele foi idealizado pela médica pediatra Luna Rambaldi, coordenadora da Clínica Pediátrica do HGG, e pela enfermeira coordenadora do setor, Cristiane Leal.

“Essa demanda sempre existiu: as lesões orais. E pensamos o quanto seria importante a presença desse profissional na nossa Pediatria. Porque o serviço odontológico nos Centros de Tratamento Intensivo é regulamentado, mas no setor de enfermaria não é obrigatório, mas isso não nos desmotivou. Houve esse olhar sensível no nosso setor e a direção abraçou”, comemora a pediatra Luna.

Ela explica que as lesões na cavidade oral chegam a ser o motivo da internação, como os casos de gengivo-estomatite. “São infecções no trato oral relacionadas a infecção viral”, detalha. No entanto, outros pacientes têm problemas orais que são revelados na abordagem da dentista.

“Temos duas linhas de trabalho: a preventiva, em que fazemos a avaliação de todos os pacientes que chegam à Pediatria, reforçando a importância da higiene oral. Orientamos as famílias quanto à importância da higiene bucal, mesmo em bebês, e essas famílias executam os cuidados em casa”, lembra Luna.

A outra linha de atuação na Pediatria é o tratamento. “Quando identificamos uma lesão oral na criança — mesmo que essa não tenha sido o motivo da internação — tratamos imediatamente, porque estudos científicos revelam que as lesões orais interferem no prognóstico das doenças, como as pneumonias, por exemplo. Esse quadro pode se agravar quando as lesões na boca se tornam focos infecciosos e inflamatórios contribuindo para a demora na recuperação do quadro geral do paciente”, explica a pediatra.

O serviço é pioneiro. “Iniciamos aqui e não existe em nenhum outro serviço pediátrico nos municípios da região. Começamos em 2023 e, por falta do profissional dentista, suspendemos e reativamos agora”, comemora Luna Rambaldi.

Caso de sucesso

A dentista Fernanda de Lima é quem atua no setor. No dia em que o serviço foi reativado, no final do mês de fevereiro, o primeiro caso chamou atenção. Um paciente de quatro meses, internado por dengue, apresentou uma lesão oral. A dentista fez uma aplicação de laser. “O aparelho era pessoal dela. O bebê tinha dificuldade alimentar por causa de dor na lesão oral. E a aplicação teve efeito nas primeiras horas, agindo como anti-inflamatório e cicatrizador”, disse a enfermeira Cristiane Leal.

“Eu sou uma dentista colaboradora apaixonada pelo projeto e estou tentando fazer o melhor para os pacientes da enfermaria pediátrica do HGG. Para que isso aconteça, estou usando um equipamento particular, um laser, para oferecer o melhor para todos que ali estiverem precisando dessa assistência, pois esse é nosso propósito, essa é nossa missão”, comemora Fernanda.