A Prefeitura de Campos, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), vem trabalhando para prestar um atendimento humanizado, fortalecendo e melhorando a qualidade de vida da população. Dentre eles, destaca-se o Serviço de Atenção Domiciliar (SAD), que atualmente assiste em torno de 231 pessoas com consultas domiciliares médicas; de enfermagem; nutrição, além de sessões de fisioterapia, fonoaudiologia, entre outros atendimentos.
O programa é um “hospital em casa” e visa o acolhimento domiciliar humanitário dos pacientes, oferecendo serviços para pessoas acamadas e restritas ao leito, que dependem de cuidados técnicos para manutenção da vida, a partir da atuação de equipes multidisciplinares especializadas.
A coordenadora do programa, Helen Espírito Santo, explica que o SAD, por meio das próprias equipes multidisciplinares, faz avaliações periódicas nas residências em conjunto com o administrativo. Essa integração facilita o alinhamento na assistência, o que acaba refletindo diretamente no atendimento ao paciente, que é o principal objetivo do programa. “Quando assumimos, há três anos, havia muitos pacientes que estavam em tratamento, mas sem mudança do quadro clínico. Decidimos intensificar o nosso trabalho, junto à equipe, principalmente, de fisioterapia e nutrição, foi onde conseguimos dar uma qualidade melhor de vida a essas pessoas, que com a reabilitação adequada, conseguiram voltar a andar”.
Helen destaca que o perfil do serviço não é o de cuidador, mas sim promover a desospitalização e readaptação domiciliar de pacientes acamados que necessitam dos cuidados de enfermagem como, por exemplo, um curativo com certo grau de complexidade, manuseio de sonda para alimentação, aspiração e traqueostomia, bolsa de colostomia, ou em uso de oxigênio. “O SAD não trata ninguém sozinho. A família também precisa estar presente e ser coparticipativa nesse processo. Tanto que, os familiares recebem toda a orientação e treinamento necessários para que, após a alta, o paciente continue sendo assistido por eles”.
A médica também reforça a relevância da reavaliação constante da fisioterapia, visando proporcionar aos pacientes condições de recuperação que permitam atividades simples do dia a dia, como sentar-se, tomar banho e sair ao ar livre. Ela ressalta a importância de estabelecer um início e fim para o tratamento fisioterapêutico, buscando reabilitar os pacientes e reintegrá-los à vida social. Segundo ela, a alta do Serviço de Atenção Domiciliar não impede que o paciente retorne sempre que necessário, tendo a família um papel fundamental no processo de recuperação.
“A avaliação multidisciplinar na saúde de pacientes, especialmente idosos, está relacionada ao cuidado integral e personalizado que cada indivíduo necessita. Esse tipo de avaliação considera não apenas aspectos médicos, mas também nutricionais, emocionais e sociais, proporcionando um tratamento mais eficaz e humano. Além disso, a presença e o apoio da família são fundamentais para o bem-estar do paciente, principalmente no caso de idosos e pessoas com necessidades especiais”, reiterou.
NUTRIÇÃO – A nutricionista do programa, Diana Arêas, destaca a importância da evolução do serviço na melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Ela menciona que esse processo de avaliação e cuidados envolve uma atuação conjunta de fonoaudiólogos, nutricionistas, médicos, enfermeiros, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas e assistentes sociais. Também ressalta a importância da alimentação na cicatrização das escaras e na redução de custos com materiais e curativos, contribuindo para que os pacientes voltem a realizar atividades diárias, por exemplo.
“Hoje contamos com fonoaudiólogos, que é um profissional chave e ajuda na avaliação desses pacientes com dificuldades alimentares, para garantir que recebam a assistência adequada. Por exemplo: se ele tem disfagia, se é severa ou leve, se ele tem capacidade de deglutir. Isso é muito importante para determinar se o paciente pode ou não continuar comendo pela boca, havendo possibilidade de reavaliação caso haja regressão no quadro de saúde”, informou a especialista, reiterando que toda decisão, seja pela alta clínica ou permanência com o tratamento, é dada em consenso com toda a equipe multidisciplinar.
A nutricionista explica que as famílias são orientadas sobre o uso de suplementos alimentares apenas em casos específicos, ou seja, de uso exclusivo. Ela pontua que outras formas de alimentos são direcionadas aos pacientes que não necessitam de fórmulas, dando preferência para uma alimentação artesanal balanceada, que consiste em frutas, verduras, legumes, vitaminas de frutas, entre outros. “O paciente que consegue comer pela boca está estimulando a deglutição, o que é muito bom. Nós orientamos a família a introduzir comidas saudáveis, balanceadas, hiperproteica e hipercalórica, para evitar desnutrição e a abertura de novas escaras”, finalizou.