O município de Campos sai na frente mais uma vez no atendimento a crianças e adolescentes, de 0 a 17 anos incompletos, portadores de neurodesenvolvimento. Pioneiro e inovador, o Programa NeuroAção: Reabilitando e transformando vidas, foi lançado pelo prefeito Wladimir Garotinho nesta quinta-feira (21), no auditório da Prefeitura. O objetivo é, dentre outros, zerar a demanda em fila de espera para avaliação e laudo desses pacientes. Simultaneamente, a Secretaria Municipal de Saúde lançou o Censo de Transtornos Neurológicos da Infância, cuja estratégia é quantificar o número de pessoas com Transtorno Espectro Autista (TEA) e demais transtornos do neurodesenvolvimento com dados sociodemográficos.
O cadastramento já pode ser feito
AQUI, no site da Prefeitura, e, segundo o secretário Paulo Hirano, garantirá um melhor planejamento das ações de atendimento que serão desenvolvidas, utilizando recursos disponíveis na área social, educacional e de saúde, atendendo às necessidades das crianças de forma holística. O projeto inclui, ainda, a criação de um Centro de Referência de Atendimento e Monitoramento de Portadores de Doenças do Neurodesenvolvimento.
Para o secretário, as intervenções precoces têm maior probabilidade de melhorar as habilidades sociais e de comunicação, o que, por sua vez, melhora suas interações sociais e qualidade de vida. “Em observância a crescente demanda dos transtornos do neurodesenvolvimento, este projeto foi idealizado por um grupo de pessoas da sociedade para implantação do Ambulatório Ampliado, tendo como objetivo uma melhor oferta de cuidado e tratamento para crianças e adolescentes portadores de transtorno do neurodesenvolvimento. É essencial que todos estejam envolvidos e comprometidos com o avanço dessa iniciativa, pois a complexidade das necessidades humanas, especialmente quando se trata do neurodesenvolvimento infantil, exige uma abordagem cuidadosa e inclusiva”, reforçou o secretário.
Hirano destaca o papel fundamental que o projeto terá na vida dos pais atípicos, oferecendo o suporte necessário e promovendo a conscientização e a intervenção adequada. “É muito gratificante ver esse compromisso em cuidar das pessoas, especialmente das crianças com necessidades especiais e suas famílias. Sabemos a importância das mães nesse processo, pois elas desempenham um papel vital na vida dessas crianças e enfrentam desafios diários que exigem uma dedicação incansável. Parabéns ao prefeito e ao vice-prefeito por priorizarem projetos inovadores que visam atender plenamente às necessidades da população”, exaltou.
ATENDIMENTO
O Centro de Referência, que será composto por uma equipe multidisciplinar formada por neurologistas, psiquiatras, pediatras, neuropediatra, acadêmicos, psicólogos, geneticista, neuropsicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicopedagogos, terapeuta ocupacional, assistentes sociais, enfermeiros e técnicos de enfermagem, terá um ambulatório ampliado de atendimento e monitoramento permanente para avaliação biopsicossocial dos transtornos do neurodesenvolvimento; protocolo de rastreio, pioneiro no serviço público, a ser aplicado nas Unidades Básicas de Saúde, assim como nas unidades escolares; estudo epidemiológico e epigenético do município; capacitação continuada para os colaboradores; sala de intertelemedicina; comitê de apoio aos pais e carteirinha do autista.
Para a neuropediatra Manuella Siqueira, que integra a equipe de especialistas que farão parte do Centro de Referência, o projeto é de suma importância para garantir acessibilidade, inclusão e igualdade de oportunidades a pessoas com transtornos do neurodesenvolvimento. “A colaboração de diversas secretarias é fundamental para garantir que as necessidades dessas pessoas sejam atendidas em diferentes aspectos da vida. É maravilhoso ver esse esforço conjunto para facilitar a vida daqueles que enfrentam desafios diários”, apontou.
A neuropsiquiatra Gesika Amorim, destacou que a detecção precoce de transtornos de neurodesenvolvimento e o acesso às terapias são fundamentais para garantir um desenvolvimento saudável e oportunidades iguais para todas as crianças. “Esse projeto foi criado há pelo menos três anos, mas só agora, graças a essa gestão atual, conseguimos trazer para a realidade. Hoje, aqui, estamos plantando uma semente para termos um futuro melhor para essas crianças”.
Outra que também fará parte da equipe é a psicopedagoga Mariana Gambine. Ela enfatiza que é muito importante considerar o impacto do transtorno do neurodesenvolvimento não apenas na criança, mas também em suas famílias. “O suporte e tratamento abrangente para as famílias, incluindo as mães, é essencial para promover o bem-estar de todos. Além disso, a abordagem baseada em dados do censo demográfico pode fornecer informações valiosas sobre a epidemiologia e a epigenética da população, auxiliando no desenvolvimento de estratégias mais eficazes de intervenção e suporte”, realçou.