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No Dia Mundial sem Tabaco, especialista alerta para riscos dos cigarros eletrônicos

O município de Campos conta com o Programa de Controle do Tabagismo, que já atendeu 841 pessoas desde a sua reestruturação, em outubro de 2022

Por: Kelly Maria - Foto: Vitor Marques / Arte - 31/05/2024 - 10:35:37

O Dia Mundial sem Tabaco, lembrado nesta sexta-feira (31), foi criado com o intuito de alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. Em Campos, a pneumologista do Programa de Assistência ao Paciente com Asma e Rinite (Proapar), da Secretaria Municipal de Saúde, Luciana Feitosa de Deus Freitas, destaca que o uso do cigarro é fator de risco para muitas patologias crônicas não transmissíveis, como cardiovascular, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), quadros de enfisema pulmonar e bronquite crônica e até cânceres, dentre eles o de pulmão.

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A especialista aponta, também, para os riscos do consumo dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) (conhecidos como vapes), que, segundo ela, são tão prejudiciais como os convencionais. “Enfatizamos que os níveis de toxicidade desses aparelhos são bem altos. Apesar de não haver combustão, alcatrão ou monóxido de carbono, há liberação de muitas substâncias químicas e altas concentrações de nicotina, quase 2 mil substâncias tóxicas, muitas delas cancerígenas”, ressalta.

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Luciana esclarece que diversos estudos já comprovaram que os cigarros eletrônicos podem causar lesões pulmonares conhecidas como EVALI (E-cigarette or Vaping use-Associated Lung Injury), além de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, risco elevado de ter câncer de pulmão e aumento de chance de ter Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), por exemplo. Além disso, o uso dos DEFs aumenta em quatro vezes o risco daquele usuário se tornar fumante de cigarro.

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“Procure ajuda para parar de fumar, porque, além do prejuízo à própria saúde, existe todo dano ao próximo pelo fumo passivo, em que são atribuídas também doenças pulmonares devido a esse fator. Às vezes, são necessárias várias tentativas até obter o sucesso na cessação do tabagismo, entretanto, temos hoje muitas formas de ajuda, incluindo aqui no município”, orientou a médica.

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PROGRAMA DO TABAGISMO — O município conta com o Programa de Controle do Tabagismo, que já atendeu 841 pessoas desde a sua reestruturação, em outubro de 2022. Os pacientes passam por triagem, sessões estruturais de Abordagem Cognitiva Comportamental (ACC), palestras informativas, cartilhas educativas, além de acompanhamento médico para controle de ansiedade e suporte medicamentoso, como os adesivos anti-tabagismo, goma de nicotina e os medicamentos orais.

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“O tabagismo é um dos mais sérios problemas de saúde pública no mundo e tem relação direta com desenvolvimento e/ou agravamento de várias doenças e agravos à saúde. Por isso, a importância de sempre difundirmos informações que levem conscientização dos malefícios do cigarro e que direcionam os fumantes a pararem de fumar”, enfatizou a diretora de Programas Especiais da Secretaria Municipal de Saúde, Francielle de Oliveira.

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O Programa, que conta com uma equipe multidisciplinar composta por profissionais que seguem as diretrizes do Ministério da Saúde para o tratamento dos fumantes, tem por objetivo reduzir a prevalência de tabagistas no município e os elevados índices de adoecimento e mortes relacionadas ao consumo do cigarro e demais derivados do tabaco. A inscrição é feita na própria sede do programa, localizado na Rua Gil de Góis, 132, ao lado do Centro de Referência e Tratamento à Mulher. Para mais informações o telefone para contato é o (22) 98173-0462.

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“O tabagismo representa um sério risco para a saúde bucal, seja durante procedimentos odontológicos como a dificuldade de cicatrização e o aumento do risco de complicações pós-operatórias, até o desenvolvimento de câncer na região, onde os primeiros sinais podem ser confundidos com pequenas lesões, como uma afta, por exemplo. É fundamental estar atento a qualquer alteração na cavidade oral e buscar avaliação profissional quando necessário”, reforçou a cirurgiã dentista do programa Verônica Gama.

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Moradora do Parque Santa Clara e fumante há 50 anos, Maria de Fátima Silva Rangel, de 69 anos, está otimista com a possibilidade de deixar o tabaco. “Estou tendo muitos problemas de saúde por conta do cigarro e decidi, pela primeira vez, parar de fumar. Estou confiante que irei conseguir vencer essa batalha”.