Campos iniciou, nesta segunda-feira (10), o funcionamento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). O momento, que representa um grande avanço no atendimento de urgência e emergência para a Região Norte Fluminense, foi marcado por um ato simbólico de apresentação das ambulâncias na Praça do Santíssimo Salvador, no Centro, com a presença do vice-prefeito Frederico Paes; do secretário municipal de Saúde, Paulo Hirano; e do presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Arthur Borges.
Na ocasião, foi anunciada a aprovação, pelo Ministério da Saúde, do projeto de construção da Central de Regulação do SAMU, cujo local escolhido fica ao lado da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no subdistrito de Guarus. De acordo com as autoridades, o projeto de implantação do SAMU, uma parceria entre o Estado e municípios, existe desde 2015. Entretanto, o atendimento às urgências e emergências no âmbito municipal era realizado através do Programa Emergência em Casa, criado em 2009.
O vice-prefeito destacou a importância da integração do SAMU à Rede de Urgência e Emergência já existente no município, destacando inclusive que já há tratativas junto ao Estado para disponibilizar um helicóptero para atender a região.
“É um marco histórico para a gente, pois sabemos da necessidade regional e, Campos, como o polo, vai estar liderando toda essa questão. O funcionamento demorou um pouco porque, na verdade, não é um projeto só de Campos; é um projeto dos municípios do consórcio Norte Fluminense e que vai atender toda a região. É importante destacar que o nosso 192 vinha funcionando muito bem e, agora com essa integração regional, a gente prevê que tenha uma assistência muito melhor. O importante é que a gente está colocando essas ambulâncias à disposição da população e há de se melhorar, porque nós temos recursos previstos para a construção de uma sede regional e, quem sabe, até um pedido nosso ao governo do Estado, vir um helicóptero para atender a região”, ressaltou Frederico.
Para a operacionalização do serviço, a Central de Regulação do SAMU está funcionando provisoriamente na rua Baltazar Carneiro, nº 200, no parque Conselheiro Thomaz Coelho. Das nove ambulâncias, quatro são de suporte avançado e as demais de suporte básico. O SAMU pode ser acionado pela população através do 192 e vai atender as urgências brancas. Já as urgências vermelhas, que são traumas e acidentes em ruas e avenidas, o socorro permanece a cargo do Corpo de Bombeiros Militar.
O secretário Paulo Hirano explicou que é preciso que fique claro que não se trata de uma prerrogativa só de Campos, mas sim uma pactuação a nível regional. Daí a necessidade de que todos os municípios concordassem com os termos técnicos e administrativos para que pudesse avançar na implantação do SAMU.
“Hoje é um dia importante para a nossa cidade porque conseguimos avançar, implementar a distribuição das ambulâncias e começar a fazer o transporte da rede de urgência e emergência. A gente está regionalizando as áreas onde teremos as ambulâncias distantes para que a gente possa ficar mais perto da população no sentido desse transporte, de forma que ele seja mais célere, mais rápido e mais eficiente. Agora nossa rede de urgência e emergência se consolida de uma vez por todas com a implementação do SAMU”, destacou Hirano.
ETAPAS DA IMPLANTAÇÃO DO SAMU
Segundo Arthur Borges, que além de presidente da FMS também integra o Grupo Técnico de Trabalho da Rede de Urgência e Emergência do Estado do Rio de Janeiro, para chegar a esse momento, hoje, foram realizadas diversas reuniões com os 8 municípios participantes. Destacou ainda que o SAMU será dividido em três partes, sendo que a Central de Regulação, localizada em Campos, atenderá aos oitos municípios. Além disso, terão as bases avançadas, que são as unidades móveis com médicos: uma em Macaé, que atenderá Quissamã, Carapebus e Conceição de Macabú; e outra em Campos, que vai atender São Fidélis, São João da Barra e São Francisco de Itabapoana.
“O grande objetivo do SAMU não é a ambulância, pois ambulância todo município já tinha. O grande objetivo, na verdade, é a regulação. O que a gente precisa é o acesso rápido à informação como, por exemplo, um paciente que tem um infarto num local distante, a gente consiga direcionar bem rápido e ele chegue no aparelho correto, numa ambulância básica ou avançada dependendo da necessidade dele, no tempo mais rápido possível. Esse é o grande objetivo do SAMU: diminuir o tempo de resposta para que consigamos receber o paciente, encaminhá-lo no aparato correto para o local correto, no tempo mais curto tempo possível”, explicou.
A enfermeira e coordenadora da Central Regional do SAMU, Natália Cunha, que participa da elaboração do projeto de 2015, também falou sobre o processo que segue em andamento.
“Bem árduo, muito trabalho, um trabalho com muito detalhamento, porque não se trata só de Campos, então a gente nunca no SAMU pode falar de algo individual, é sempre regional. São muitos trabalhos em grupo, muitas discussões em grupo, para atender toda a necessidade da região. Como Campos tem dois grandes hospitais, que é o Ferreira Machado e o HGG, que atendem a região Norte, então é tudo feito com muita cautela, para que a gente não deixe nenhum paciente e nem ninguém da população sem assistência ", disse.
Também estiveram presentes o subsecretário de Operações e Infraestrutura da Saúde, Genil Alves, a diretora da Vigilância Sanitária, Vera Cardoso de Melo, e o superintendente de Faturamento e Finanças da FMS, Filipe Mocaiber.
O gerenciamento do SAMU está a cargo do Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento do Norte e Noroeste Fluminense (CIDENNF).