Campos concorre ao Prêmio Magda Soares com projeto de Cartografia Social

A secretária de Educação, Ciência e Tecnologia, Tânia Alberto, representou o município de Campos no "Encontros Regionais de Mobilização e Partilhas de Saberes e Boas Práticas", na manhã desta terça-feira (11). O evento aconteceu no Liceu de Humanidade de Campos e teve o objetivo de selecionar o professor autor de boas práticas na sala de aula, que vai concorrer à etapa estadual do "Prêmio Magda Soares: Transformando Vidas Pela Leitura", no final deste ano.

O prêmio representa um concurso por meio do qual a Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC-RJ), em parceria com a União dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME-RJ), que está ajudando a identificar e divulgar práticas educacionais que tenham sido ou estejam sendo executadas com o objetivo de promover plena alfabetização de estudantes matriculados em turmas de anos iniciais das redes públicas municipais do Estado do Rio de Janeiro.

O encontro é fruto da adesão do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada no Estado do Rio de Janeiro. Em todo estado serão realizados 10 encontros regionais de boas práticas e um grande encontro estadual, que será a culminância dos encontros regionais. Em cada Encontro de Mobilização haverá uma Comissão Julgadora, composta pelos Articuladores Municipais e Estaduais, que vai selecionar as três melhores boas práticas, que ao final desse encontro receberão prêmios.

Além de Campos, participaram do encontro representantes dos municípios de São Francisco de Itabapoana, São João da Barra, Quissamã, Rio das Ostras, Carapebus e São Fidélis.

REPRESENTATIVIDADE

O Grupo Oficina de Texto Terra da Alegria (Gotta) abriu a cerimônia e a grande homenageada do dia foi a professora e escritora Magda Soares, referência na alfabetização brasileira.

Tânia Alberto participou da composição da mesa ao lado da subsecretária de Gestão de Ensino do Estado, Joilza Rangel; a coordenadora de Formação da Secretaria de Estado de educação do RJ, Julia Maria Godinho, e a diretora regional do Norte Fluminense, Amanda Pasalini.

A secretária de Educação ressaltou a importância da alfabetização nesse tempo onde a tecnologia se faz cada vez mais presente.

"Nós enfrentamos um momento dificílimo na educação pública básica, porque vivemos uma transição de mundo analógico para a vida digital. Nós, os adultos, somos analógicos, as crianças já estão no mundo digital e como é que nós faremos essa transição para preparar o futuro de todos? Esse é o futuro de todos nós. Eu digo isso em todos os lugares que vou, porque como educadora há mais de 40 anos, no chão da sala de aula e também na gestão, a gente reconhece e precisa entender, de uma vez por todas, que nós precisamos cuidar deles e eles cuidarão de nós. Então é necessário compartilharmos, e ao fazer isso, que a gente contamine cada vez mais os nossos professores, os nossos profissionais de educação que estão nas escolas e principalmente a sociedade, que precisa sim se ver como uma sociedade que educa junto com a escola ", esclareceu Tânia.

Já Joilza Rangel enfatizou a importância da alfabetização no processo educacional. "Nós só vamos fazer educação de qualidade, quando tivermos equidade, quando estivermos unidos para fazer educação juntos, como estamos fazendo hoje nesse espaço", disse Joilza.

Para Julia Maria é de suma importância compartilhar os saberes. "Eu agradeço a troca de saberes e de experiências de todos vocês. É uma honra fazer parte desse momento lindo da Educação. Muito obrigada a todos por compartilhar as ideias", falou Julia.

Amanda destacou o papel do professor alfabetizador na sala de aula. "A alfabetização é o processo mais importante da etapa estudantil. Desejo que sejamos como pardais, que o grupo Gotta brilhantemente apresentou aqui, disseminando sementes e transformando a Educação Pública por onde a gente passar", finalizou Amanda.

BOAS PRÁTICAS CAMPOS

Representante de Campos, a professora Luciana Maraia passou pela etapa municipal com o trabalho de Cartografia Social como forma de linguagem representativa, pensando na questão da alfabetização como desenvolvimento social. Luciana atua na Escola Municipal Doutor Francisco Manoel Pereira Crespo, no Parque Santos Dumont, e está há 21 anos na Rede Municipal.

"Estou feliz só por estar aqui. Fiz um trabalho sem essa pretensão, queria apenas que os alunos compreendessem o uso social da escrita, ou seja, que a gente escreve para o outro entender", explicou Luciana.

ALFABETIZAÇÃO

Professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) Crizan Sasson ministrou palestra sobre alfabetização. Ela ressaltou as boas práticas, a partilha, reflexão sobre os processos, diversidade, diferenças e avaliação no processo educacional.

"É importante que desde a alfabetização a criança entenda que tudo faz parte de uma relação de reflexão crítica, com um cotidiano de escuta, fala, diálogos e movimentos coletivos. Temos o "Projeto Roda", onde promovemos rodas de conversa, inventores, científica, notícias, inventores, entre outras. É uma forma de apresentar a criança à pesquisa, os métodos científicos para que ao chegar numa pós-graduação ou mestrado já esteja acostumado a textos científicos", disse a palestrante.