Cerca de 250 atendimentos são feitos diariamente na Emergência do Novo HGG. Assim que chegam, os pacientes são avaliados individualmente para identificação de seu nível de gravidade e direcionamento para o atendimento específico, respeitando o prazo do tempo-resposta, o chamado fluxo de atendimento. Essa rotina emergencial é feita com base em um protocolo que classifica a gravidade de cada caso por um sistema de cores: vermelho, laranja, amarelo, verde e azul. Além disso, a sensibilidade e a experiência do profissional de plantão são fundamentais durante esse processo.
“O enfermeiro desempenha um papel crucial na aplicação do protocolo. Durante a consulta de enfermagem, o profissional avalia o estado do paciente através de uma série de perguntas e observações clínicas padronizadas. Esse processo envolve a coleta de dados vitais, avaliação de sintomas e histórico médico, e a determinação da gravidade do caso. A competência e a experiência do enfermeiro são essenciais para uma classificação precisa. Contamos com esses enfermeiros capacitados e com um olhar voltado para a qualidade da assistência", explica a coordenadora de enfermagem, Giulianna Bacelar. Ela acrescenta que o HGG conta com dois enfermeiros nessa função no plantão.
ENTENDA O CÓDIGO DAS CORES
Vermelho é emergência
De acordo com o protocolo, o paciente vermelho necessita de um atendimento emergencial e é encaminhado para uma sala de estabilização. É o paciente que chega com uma parada cardíaca, desmaio e não responde aos sinais vitais. O paciente vermelho tem que ser atendido imediatamente.
Laranja é muito urgente
É o caso de pacientes com sinais vitais descompensados, como pressão e frequência cardíaca. O paciente laranja deve ser atendido nos próximos 10 minutos.
Amarelo é urgente
É o paciente que está na iminência de se tornar grave, caracterizado geralmente por glicemia alterada, pressão arterial descompensada, entre outros. O paciente classificado na cor amarela geralmente é atendido em até uma hora.
Verde é pouco urgente
Refere-se a casos crônicos, sintomas persistentes e antigos. O paciente da avaliação verde pode aguardar atendimento por até duas horas.
Azul é não urgente
Sintomas leves sem alterações em seus sinais vitais. O paciente azul leva até 240 minutos para ser atendido, ou seja, quatro horas.
O superintendente do HGG, o médico Vitor Mussi, detalha que a maioria dos casos diários no HGG recebe classificação verde e azul. “São os pacientes que poderiam buscar atendimento nas Unidades Básicas de Saúde, por exemplo”, aponta. Segundo Mussi, após a classificação de risco, o tempo de atendimento do paciente também é previsto no protocolo.
De acordo com a diretora clínica do HGG, a médica Luísa Barreto, o protocolo contribuiu para um resultado final satisfatório do paciente. “Esse método ajuda a organizar o fluxo na emergência, permitindo que os recursos sejam direcionados de maneira mais eficiente e eficaz e reduzindo o risco de complicações do paciente”, completou a diretora.
ROTINA HOSPITALAR PÓS-CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
Após a classificação de risco, os pacientes são direcionados ao atendimento médico. Atualmente, o HGG conta com três consultórios médicos. A estatística de pacientes que chegam diariamente ao hospital reflete a multiplicação de atendimentos. Vitor Mussi explica que após o primeiro contato com o médico, o paciente pode ser reavaliado mais de uma vez, o que pode resultar em até 600 atendimentos diários.
“Após o atendimento inicial do médico emergencista, o paciente passa por exames e, com seus diagnósticos, é revisto outras vezes pelo emergencista e encaminhado a especialistas, de acordo com sua necessidade. Os médicos da emergência ficam responsáveis, ainda, por assistir intercorrências dos pacientes em observação ou internados. Muitos pacientes são consultados por urologistas, cirurgiões vasculares, cirurgiões gerais e uma série de outros especialistas e pareceristas. Além disso, recebem avaliação multidisciplinar com psicólogos, assistentes sociais e nutricionistas quando necessário”, explica o superintendente.