Culto inter-religioso marca a abertura da programação do Novembro Negro

A programação do Novembro Negro foi oficialmente aberta nesta sexta-feira (1º) pela Subsecretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos com um culto inter-religioso, que reuniu representantes de religiões diversas para falar sobre a importância da liberdade religiosa. O evento aconteceu na sede da SIRDH e contou com a participação da chefe de terreiro Mãe Cris Raquel Marcolino (visão umbandista), do padre Márcio André Ribeiro (visão católica), da expositora Michelle Nunes (visão espírita kardecista) e da iyálorìṣa Lucieny ty Mègjí (visão candomblecista). O ato ecumênico foi organizado pela equipe da SIRDH, sob a coordenação do subsecretário Gilberto Totinho. 

“Foi um momento de união, comunhão e respeito entre diferentes crenças, simbolizando a resistência e a solidariedade histórica do povo negro e sua diversidade religiosa. Um convite para a reflexão e o compromisso de apoio às práticas religiosas e espirituais que enriquecem nossa cultura e fortalecem a luta por igualdade, liberdade e paz”, disse Totinho. 

O padre Márcio André Ribeiro, da Paróquia Santa Teresinha, falou da importância do diálogo na luta contra a intolerância religiosa. 

 

“Nesse contexto do culto ecumênico, temos a oportunidade de fazer o que Jesus sempre fez: dialogar. O diálogo deve sempre imperar sobre a intolerância e o extremismo. Dentro da igreja católica não há espaço para a falta de diálogo. Se algum católico disser algo contra isso, contra a visão ecumênica que é doutrina da igreja, ele não nos representa”, afirmou o pároco. 

“A minha visão umbandista é o que está acontecendo hoje nesse encontro. É entender que o amor é maior do que qualquer coisa. O fazer pelo outro, sem querer saber o que tem dentro do bolso dele, é maior do que tudo. Deus é um só, que faz tudo para que enxerguemos no outro o amor”, disse Mãe Cris Raquel Marcolino. 

O culto inter-religioso aconteceu no salão que a partir desta sexta-feira (1º) se chama Espaço Multicultural Jornalista Jorge Luiz Pereira dos Santos, o Jorginho, que morreu em 2019, aos 58 anos, e já atuou como presidente da antiga Fundação Zumbi dos Palmares. O local ganhou uma grande pintura com o rosto de Jorginho, que foi revelada aos participantes após o discurso de sua filha, Lilian Sales. A cerimônia contou ainda com a secretária de Turismo, Patrícia Cordeiro; a coordenadora do programa Morar com Saúde, Linda Mara Silva; e o secretário de Transparência e Controle, Rodrigo Resende. No prédio, também foi inaugurada a Galeria de Gestores da Promoção da Igualdade Racial do Município.

A programação do Novembro Negro se estenderá por todo o mês com diversos cursos, como o “Afrocentricidade”, que abordará os elementos culturais e históricos que resultem em uma educação que enfatize mudanças epistemológicas e políticas nas relações étnico-raciais.