Um projeto desenvolvido pela Universidade Federal Fluminense (UFF) na Escola Municipal José do Patrocínio, da Penha, com apoio de um professor da rede municipal de ensino, foi aprovado no Programa Nacional Mais Ciência na Escola. Trata-se do projeto “Mão na massa e pé na rua: programa interdisciplinar de integração científica, inclusão tecnológica e prática cidadã entre o ensino básico e o ensino superior”, que está representando todo o Estado do Rio de Janeiro.
Com a vitória, o projeto será financiado com verba do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para aquisição e Instalação de Sala Maker e Produção de Material Educacional Tecnológico nas escolas, além de proporcionar formação e acesso à inclusão tecnológica.
Da rede municipal de ensino de Campos, além da Escola José do Patrocínio, também será contemplada a Escola Municipal Pequeno Jornaleiro, do Centro. O projeto tem parceria, ainda, com a Fundação Cecierj, Instituto Federal Fluminense, Instituto Federal do Rio de Janeiro, Universidade Estadual do Norte Fluminense, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, além da UFF.
De acordo com a secretária Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia, Tânia Alberto, o objetivo é promover o letramento digital, a educação científica e tecnológica e despertar o interesse vocacional para carreiras científicas e tecnológicas de estudantes do Nível Fundamental 2 e Nível Médio em cerca de 90 escolas localizadas nas regiões Metropolitana, Sul Fluminense, Serrana, Norte Fluminense, Baixada Fluminense e Região dos Lagos, do estado do Rio de Janeiro.
Objetiva também estimular professores e estudantes a se engajarem em eventos e atividades de divulgação e popularização da ciência, tais como clubes de ciência, exposições, mostras, feiras de ciências, olimpíadas científicas, Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, centros, museus de ciência, universidades, etc.
Igor Pacheco Teixera, mestre e professor de História e de Projeto Computacional na Escola Municipal José do Patrocínio, faz parte da equipe que compõe o trabalho aprovado, e explicou como tudo aconteceu. “Fico feliz de estar compondo a equipe aprovada. O convite veio do professor doutor Christiano Britto, da Universidade Federal Fluminense / polo Campos. Ele é autor da parte que compõe o grupo 1 do projeto e que se refere ao History Play: Observatório de História Digital, Cultura maker e Produção de Roteiros para Games com foco em História Pública e Inteligência Artificial”, explicou.
Segundo Igor, a inclusão do projeto no Mais Ciência na Escola em âmbito federal, a partir do edital do CNPq, começou com a aprovação no Programa Municipal Mais Ciência na Escola, da Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia, que garante bolsas de estudos.
“A nossa proposta venceu no Estado do Rio de Janeiro inteiro. Nosso projeto aprovado no programa municipal se chama Prática de Laboratório de História na Escola: produção de conhecimento histórico a partir dos educandos, que envolve o estudo de caso relacionado à prática de laboratório de História que ocorre na Escola Municipal José do Patrocínio. O professor-orientador, os educandos bolsistas e os voluntários se engajaram no desenvolvimento de reflexões, oficinas e produção de materiais manuais, audiovisuais e de impressões 3D ligados ao campo da História”, disse Igor.
De acordo com o professor, as atividades, reflexões e produções realizadas estão relacionadas à ideia de que os educandos dos Anos Finais do Ensino Fundamental são capazes de articular conhecimentos históricos escolares que dialoguem com o conhecimento historiográfico produzido pelo ofício dos historiadores. O projeto se encontra amparado pela percepção de que os conteúdos de História ensinados na sala de aula podem ser apropriados pelos educandos ao serem reexaminados a partir do impacto na comunidade escolar e de outras informações retiradas de fontes tradicionais como documentos e trechos de livros, bem como de materiais audiovisuais encontrados nas redes sociais e em outras mídias digitais.
“A seleção de temas-chave dentro dos conteúdos, a reflexão sobre seu impacto na comunidade escolar e a produção de materiais histórico-artísticos visam contribuir com a ampliação de perspectivas sobre a inserção da História na família, na comunidade e no mundo”, comentou Igor.
BENEFICIADOS - Tânia informou que mais de 1.200 alunos da rede municipal serão beneficiados e o modelo poderá ser adaptado e replicado pela Seduct para outras unidades de ensino. “Estamos muito satisfeitos pelo resultado obtido por esta renomada Universidade no Programa Nacional Mais Ciência na Escola. Incluir duas de nossas escolas municipais nesse projeto dá oportunidade de inserção de alunos do Ensino Fundamental nas Competências Tecnológicas para o século XXI. Ele está alinhado com nosso plano de trabalho por uma educação básica pública inclusiva e de qualidade para todos”, destacou.
Ela agradeceu à professora doutora Mônica Savedra, pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação da UFF; doutora Andréa Soutto Mayor, coordenadora geral do Projeto; doutor Christiano Britto Monteiro Santos, professor adjunto da UFF-Campos, autor do Projeto - Grupo I, e representante da América do Sul e América Central do History of games (
Acesse aqui); e ao Igor Teixeira, que atuaram para que o projeto fosse aprovado.
“A Seduct tem sido pioneira na aplicação do Programa Mais Ciência na Escola, pois implantou o Programa Municipal antes mesmo de haver essa política pública incentivada pelo Governo Federal. Sentimo-nos lisonjeados em fazer parte. Isso só reafirma o compromisso da UFF com a Educação Básica de nosso município com a parceria que já vem sendo desenvolvida em outros projetos”, informou a secretária.