Dominó feito com figuras geométricas, relógio educativo, tampinhas de garrafas desenhadas com bichos e objetos do dia a dia. Esses foram apenas alguns trabalhos exibidos durante a Mostra Municipal das Salas de Recursos, realizada esta semana pela Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct). As Salas de Recursos são espaços pedagógicos especializados que oferecem apoio ao processo de aprendizagem de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou altas habilidades e superdotação. Elas complementam o ensino regular, proporcionando atividades adaptadas às necessidades específicas de cada aluno.
O evento é dedicado a apresentar as práticas pedagógicas e os projetos desenvolvidos nas 45 Salas de Recursos do município. Além da mostra, durante a abertura, os educadores participaram de uma roda de conversa e falaram sobre sua experiência nos espaços e também acerca do desenvolvimento dos alunos.
Uma delas foi a professora da sala de recursos Priscila Faria Vieira, da Escola Municipal Tarcílio S. Cordeiro, de Beira do Taí. Ela falou sobre o aluno Lucas do Rosário, 8 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
“O Lucas é não-verbal e quando chegou na unidade apenas apontava para as coisas. Agora, ele fala, ganhou coordenação motora, pois tinha dificuldade para recortar, escrever o nome dele de forma linear, enfim, foram inúmeros avanços. Trabalhar na Sala de Recursos é algo que começa no coração, temos que escutar cada um em sua individualidade e, para isso, fazemos o Plano Educacional Individualizado (PEI) que é uma forma de conhecer o aluno e suas necessidades. O Lucas tem um grande talento para a modelagem e eu tenho certeza que será um grande artista e, talvez, sem a Sala de Recursos, não tivesse descoberto isso”, explicou Priscila.
Para a professora Leila Nogueira da Escola Municipal Sebastiana Machado da Silva, o acolhimento é a palavra-chave para o início de um trabalho de ensino-aprendizagem nas Salas de Recursos. “Acolher é o primeiro caminho. Quando a criança e a família se sentem acolhidas elas acreditam no nosso trabalho e se tornam parceiras. Eu tenho um desabafo muito importante de um pai que o filho foi diagnosticado com TEA, síndrome de Down e TDAH e já havia passado por cinco escolas particulares e nenhuma delas conseguiu trabalhar com a criança. E na nossa escola ele se sentiu acolhido e valorizado”, destacou Leila.
A coordenadora da Educação Inclusiva Raquel Linhares ressaltou a importância do trabalho dos professores e de toda a equipe. “Quero que vocês levem para as escolas o nosso agradecimento aos mediadores e aos cuidadores que estão lá na ponta com vocês, se envolvendo e aprendendo cada vez mais como fazer com os desafios com os nossos alunos. Estamos aqui hoje para poder falar especialmente para vocês, professores que estão desenvolvendo esse trabalho lindo. Aproveitem a mostra para exibir para o público tudo que vocês produzem com tanto amor, carinho e profissionalismo. Vocês fazem um trabalho de excelência, atendendo a todas as demandas, dúvidas e desafios, sempre com muito compromisso. Muito obrigada a todos vocês”, finalizou Raquel.