A fotógrafa e formanda do curso de Psicologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) Natália Aparecida Vargas de Oliveira promoveu uma exposição de fotos das mães dos alunos assistidos pela Escola de Aprendizagem Inclusiva (EAI), que funciona no Castelo da Cidade da Criança Zilda Arns. A ação aconteceu na segunda-feira (13), durante a apresentação da monografia da aluna, e representa o resultado do trabalho de conclusão de curso, enfocando a questão da autoestima, cujo título é “A experiência do olhar como potencializador de si: uma busca pela Imagem”.
De acordo com Natália, a monografia foi orientada pela Professora Dra. Elizabeth Pacheco e se propôs a averiguar as fronteiras entre a psicologia e a fotografia no que diz respeito à imagem feminina e sua relação com o corpo após as reverberações com a maternidade. O Projeto “Mães na Rede” também integrou o Programa de Bolsas Mais Ciência, da Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia.
“Meu trabalho aconteceu a partir de um apanhado histórico do surgimento da fotografia e a busca de seu estatuto como arte, procurando compreender de que forma o uso do dispositivo fotográfico pode intervir nessa relação, imagem e corpo, principalmente para mulheres mães”, informou.
Ela fez uso da pesquisa de campo, em que foram realizadas oficinas fotográficas e rodas de conversa com mães e avós de crianças matriculadas na Escola de Aprendizagem Inclusiva na Cidade da Criança, em Campos dos Goytacazes, a partir de uma parceria estabelecida entre a EAI e a UFF, por meio do projeto de extensão “Mães na Rede: atenção, cuidado e redes de apoio a mães em sofrimento psíquico”, que promove um espaço de escuta por meio de diferentes atividades.
O projeto visa propor reflexões acerca da sobrecarga materna e que pode levar ao esquecimento de si, passando por um processo de enlutamento que não tem a possibilidade de ser elaborado, acarretando em um adoecimento.
“A fotografia é utilizada como um dispositivo potencializador de novas invenções de si e do mundo, em um debate pouco disseminado sobre o adoecimento psíquico que pode envolver a maternidade. Dentro dessa perspectiva, foi possível aferir que a arte, enquanto fotografia, responde ao seu intuito de instigar o sujeito para experienciar possibilidades de novas formas de ver o mundo e a si mesmo, tendo fatores positivos na elevação da autoestima feminina”, declarou Natália.
Ao todo, 12 mulheres fizeram parte da oficina de fotografia, divididas entre os turnos de quinta à tarde e sexta de manhã. “O meu trabalho surgiu a partir desse projeto, onde realizei uma oficina fotográfica com essas mulheres, ensinando o básico da fotografia e propondo um mini ensaio com elas. Nós também realizamos rodas de conversas sobre o tema da imagem corporal e como ela se modifica após a maternidade, levando a uma perda mesmo da imagem em relação à vida anterior à maternidade, que gera um grau de frustração e baixa autoestima muito grande. A partir das fotos e dos relatos eu construí meu trabalho falando justamente sobre a autoestima, levando um olhar diferenciado para elas”, finalizou.
A coordenadora da EAI, Eelonora Nascimento, reforçou que a UFF foi uma grande parceira em 2024, com o projeto “Mães na Rede”. “A exposição surgiu a partir das rodas de conversa, que abordavam a importância da autoestima da mulher, fator que foi como um divisor de águas para as mães das crianças atípicas atendidas pela Escola de Aprendizagem Inclusiva”, disse.