O Hospital Geral de Guarus (HGG) completou 23 anos no dia 28 de março de 2025. Desde sua inauguração, em 2002, milhares de profissionais trabalharam no hospital, referência em emergência branca em Campos e na região. Muitos deles sequer deixaram de exercer suas habilidades profissionais ao longo deste tempo dentro do hospital.
Para marcar a passagem do aniversário, três servidores foram selecionados — entre os pouco mais de mil — para contar suas histórias. Todos enfrentaram dificuldades na unidade com a falta de infraestrutura por anos, atravessaram a pandemia da Covid-19 e agora colhem os frutos dos investimentos feitos a partir de 2021, pela gestão do prefeito Wladimir Garotinho.
Raquel Melo, diretora administrativa
“Entrei no HGG em 2002, no dia da inauguração. Sou concursada como farmacêutica e trabalhei na farmácia hospitalar até 2011, onde também cheguei a ser coordenadora do setor, que é muito desenvolvido, principalmente na área de fracionamento de medicamentos. Em 2011 fui convidada para a direção administrativa e trabalhei também nessa função na Fundação Municipal de Saúde (FMS), que rege os hospitais públicos de Campos. Em 2016, eu voltei para o HGG e permaneço até hoje. A partir de 2016, enfrentamos muitos desafios e desgastes estruturais. Tivemos problemas sérios, como teto caindo, chovia dentro do hospital e enfrentamos também o desafio da pandemia. Tínhamos que atender sem estrutura e não tivemos opções. Na época, pensamos em fechar o hospital. Mas lutamos muito para mantê-lo aberto. Agora estamos bem. Tivemos a reforma do telhado e hoje vivemos uma outra realidade, oferecendo atendimento digno à população. Foram anos de desafios, mas muitos avanços. Sou apaixonada pelo HGG. O hospital é criticado, mas o defendemos pela importância, qualidade do trabalho e dedicação dos funcionários, que são apaixonados. Trabalhamos para o Sistema Único de Saúde (SUS) para servir ao próximo com a missão de salvar vidas. Temos um superintendente humano que direciona a equipe sempre para a qualidade do atendimento ao paciente. Sou uma defensora do HGG. Sou de Minas e aprendi a amar a cidade. Tenho uma filha campista. Entre os meus desafios aqui no HGG, quero poder ver os processos mapeados dentro de uma gestão mais moderna com os protocolos de trabalho que estamos inserindo. Entre eles, estamos trabalhando para aumentar o Núcleo de Segurança do Paciente para cumprir a função de aumentar a humanização. Além disso, estamos implementando o programa Lean nas Emergências para qualificar principalmente a Emergência, que é a nossa porta de entrada. Em um hospital não existe não ter problema. No meu dia a dia resolvo questões de abastecimento hospitalar, consertos, entre outros. Tenho a missão de apoiar os coordenadores que vêm até nós quando não conseguem resolver.

Flávio Azeredo, 45 anos, auxiliar de serviços gerais
“Eu trabalhei na obra de fundação do HGG, nos anos de 2000 e 2001. No ano seguinte, com o hospital erguido, prestei concurso público e fui aprovado para o cargo de auxiliar de serviços gerais e estou até hoje. A função pública na Saúde me atraía pela estabilidade de carreira. No início, trabalhei na área de lavanderia e rouparia e depois fui crescendo. Hoje, sou supervisor da equipe de higienização que abrange também a lavanderia e a hotelaria do hospital. Coordeno aproximadamente 70 profissionais há nove anos. Passamos por um período desgastante com a deterioração da estrutura e vimos este hospital em decadência. Hoje está totalmente novo e diferente. Destaco a força de vontade dos gestores para concretizar essa mudança. Na minha rotina, aqui no hospital, já vi pessoas chegando praticamente mortas e saindo restauradas. Acompanhei uma criança ser transferida para um tratamento no Rio de Janeiro de helicóptero. É uma estrutura que sempre salvou vidas, e os profissionais, em todo momento, estiveram dispostos apesar das dificuldades. Só quem está no dia a dia vê de perto a dedicação de todos. É diferente do conhecimento de quem está fora e só critica. Já ajudei muitas pessoas conhecidas, direcionando para atendimento. Acabamos nos tornando referência para os conhecidos que buscam atendimento aqui. Fora do HGG sou pastor evangélico, e é um trabalho que se agrega. Trabalho com vidas dentro e fora do hospital. Sobre o período em que trabalhei na construção do HGG, foi gratificante. Foi meu primeiro emprego”.

Lucas Ribeiro Machado, auxiliar de serviços gerais
Comecei a trabalhar na portaria do HGG, em agosto de 2002. Logo depois fui transferido para o setor de guarda-volumes, onde fiquei por um ano e meio. Mas não estava feliz. Me achava improdutivo e procurei a direção para mudar de setor. Fui, então, para a farmácia e estou até hoje. Aqui eu me sinto muito bem, desde que fui acolhido. Vi muitas coisas acontecerem no HGG. Sofremos problemas com o telhado, principalmente. Agora a Prefeitura resolveu e posso dizer que trabalho num hospital de verdade. A própria farmácia aumentou em qualidade e infraestrutura. Temos copa, banheiro, dormitório. Foram anos de aprendizado aqui na farmácia e a cada dia aprendo mais. Me sinto feliz de fazer parte da família HGG. Aqui na farmácia eu sou um faz tudo. Temos uma empresa que entrega mercadoria e eu faço controle de estoque, atendo a todos os setores do hospital com insumos e medicações. Sou realizado e não me adaptaria em outro local. Cheguei a receber convite para trabalhar em outro hospital, mas preferi ficar. Pessoas me procuram em busca de ajuda na unidade. Já consegui ajudar indicando os meios para dois conhecidos serem tratados. Eles fizeram cirurgia e são muito agradecidos até hoje. Como servidor espero sempre ser valorizado pelo gestor público”.