Cuidar do paciente como um todo, prevenindo complicações, promovendo qualidade de vida, diagnosticando doenças e curando. Esta é a missão do Hospital Geral de Guarus (HGG) que completou 23 anos em 2025. Entre os cerca de 1.100 profissionais, está a equipe multidisciplinar que presta assistência diretamente ao paciente. A rotina de cuidados ao paciente vai além do atendimento do médico. Ele é tratado integralmente e com humanização, o que contribui para uma recuperação total e mais rápida. No leito hospitalar, o paciente é abordado diariamente pelos profissionais.
O nutricionista, por exemplo, faz o acompanhamento e controle do peso do paciente, analisa, encaminha e prescreve as refeições de acordo com o quadro clínico. Ele também orienta sobre a deglutição dos alimentos. “É um trabalho satisfatório estar diariamente com esses pacientes, acompanhando sua evolução e contribuindo com a saúde deles. Uma boa alimentação vai garantir que ele atinja o peso ideal e tenha energia para se movimentar e cumprir as etapas do corpo no caminho da cura e da alta”, explicou o nutricionista Lucas Costa.
A fonoaudióloga Ísis Bernardes explicou que o seu trabalho é feito, geralmente, com pacientes com algum tipo de neurodegeneração. “Atendo muitos pacientes que precisam ser estimulados a falar, a se expressarem não só para relatarem o que estão sentindo, como para terem autonomia completa. Os exercícios faciais incluem estímulos para deglutir melhor os alimentos, melhorar o movimento respiratório, o processo de salivação para contribuir para uma resposta clínica eficiente”, contou.
Muitos pacientes da Clínica Médica utilizam sondas nasais. Outros são privados de mobilidade e, para evitar que os músculos atrofiem, o papel do fisioterapeuta hospitalar é fundamental. “A gente trabalha bastante a fisioterapia respiratória que é para devolver ao paciente a capacidade total. Muitos precisaram utilizar oxigênio com sonda para conseguirem respirar e o nosso papel é fazer com eles consigam respirar novamente sozinhos. Para isto, é necessário um exercício diário para estimular os músculos da face e os órgãos ligados à respiração. Além disso, caminhamos com o paciente pelo hospital, que é para evitar que os músculos atrofiem por ficarem deitados por muito tempo”, explicou o fisioterapeuta Alexandre Pavie.
Na Clínica Médica, o paciente é avaliado como um todo e isto inclui sua saúde mental e suas questões sociais. O atendimento multidisciplinar garante uma equipe de psicólogos e assistentes sociais. “A internação afeta o paciente por completo. Ele é privado de sua rotina de casa, do trabalho e ainda tem que lidar com o diagnóstico e a incerteza do tempo de internação. Não tem como não afetar seu emocional. Damos todo o suporte e orientação para que ele compreenda esta nova fase e abrace as mudanças. Somos especialistas em ouvir as demandas do paciente e ajudá-los a atravessar esta fase difícil porque não temos dúvidas de que a saúde mental colabora para a recuperação física”, explicou a psicóloga Márcia Ferrão.
A assistente social Marta Chagas integra a equipe do Serviço Social do HGG. Seu trabalho consiste em resolver as questões sociais do paciente. “Todo paciente é único. Um caso recente que me chamou a atenção foi o fato de um senhor estar internado aqui sem nenhum acompanhante por vários dias. Fazemos esta abordagem, tentamos localizar os parentes e quase sempre conseguimos. Neste caso específico, encontramos o filho dele que veio ao hospital e nos relatou que teve uma vida sofrida e nunca contou com a presença do pai. Por este motivo, ele não tinha uma relação afetiva para se tornar o acompanhante do pai no leito hospitalar. A gente busca compreender todos os lados e não julgar”, relatou Marta. Outro papel do serviço social do HGG é intermediar contatos com outras instituições para gerar até mesmo documentos ou auxílio financeiro quando os pacientes não possuem.
A enfermagem também exerce um trabalho multidisciplinar. Ele atua tecnicamente e também administrativamente para resolver as questões do paciente. “Estamos, juntamente com os técnicos e todos os outros profissionais, na linha de frente. Somos a referência para o paciente solicitar alguma informação pontual, tirar alguma dúvida. Tecnicamente fazemos curativos, resolvemos pendências de exames, liberamos o de paciente para hemodiálise, por exemplo. Trabalhamos em equipe com os técnicos e até o pessoal da limpeza porque somos uma equipe e sem a higiene nada anda”, informou a enfermeira Mariá Cordeiro.
“O hospital é uma engrenagem e para funcionar tem que estar bem ajustada e é por isso que o trabalho multiprofissional é importante porque ele se agrega e flui perfeitamente para proporcionar ao paciente o mais completo atendimento que vai impactar diretamente no seu período de internação. Quando tudo funciona bem, até este tempo de internação se torna menor, gerando economia para o hospital”, explicou.
Para a diretora clínica, a médica Luisa Barreto, o paciente costuma receber alta agradecido com o atendimento completo que recebeu. “Muitas vezes este paciente é tratado em alguma área que ele mesmo desconhecia precisar, como acontece muitas vezes com a saúde mental. Muito paciente não compreende que está em sofrimento mental por causa de uma doença física e, ao ser cuidado pelo psicólogo, ele se trata por completo. Esta integralidade do cuidar eleva este paciente a uma percepção além da doença física. Esta identificação por completo da doença faz com que ele consiga receber melhor o tratamento e ter maior atenção aos cuidados que precisa designar em casa”, afirmou.