Notícia no detalhe

IA e imaginários coletivos na abertura do Seminário de Tecnologias e Mídias Digitais

O encontro promovido pela Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia tem como tema “On/Off: Qual É O Tempo Da Escola? Repensando Tempos, Espaços e Sentidos do Aprender”

Por: Jorge Rocha - Foto: Carlos Grevi - 17/09/2025 - 08:51:12

O IV Seminário de Tecnologias e Mídias Digitais na Educação transformou o Teatro Municipal Trianon, nessa terça-feira (16), em um espaço de conhecimento e aprendizado, onde professores, gestores e pesquisadores tiveram contato com práticas e ideias para integrar tecnologia e propósito pedagógico. O encontro promovido pela Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct), que segue até a próxima quinta (18), tem como tema “On/Off: Qual É O Tempo Da Escola? Repensando Tempos, Espaços e Sentidos do Aprender”, e contará com palestras e oficinas, reunindo importantes pesquisadores sobre esse tema tão pertinente para a Educação.

Na abertura do evento, a secretária de Educação, Tânia Alberto, e a diretora de Programas e Projetos da Seduct, Anna Karina de Azevedo y Oviedo, ressaltaram a importância de pensar, estudar e avaliar a inserção de tecnologias digitais nos processos educacionais. Tânia pontuou que “a formação contínua é essencial para que docentes usem as tecnologias com foco em inclusão e no sentido formativo do aprender”. Já Anna Karina, que foi homenageada pelos seus 25 anos de dedicação à Educação em Campos, afirmou: “queremos que o seminário funcione como um laboratório de ideias, onde práticas testadas nas escolas sejam compartilhadas e adaptadas”.

A palestra “Futuros da Educação: Realidades Possíveis”, com Felipe Koch da Silveira, trouxe um recorte sobre como imaginários coletivos influenciam as visões de futuro da escola. Koch mostrou de que forma narrativas culturais e midiáticas constroem expectativas em professores, alunos e comunidades e como essas imagens afetam decisões sobre currículos, políticas e práticas pedagógicas. Ele também discutiu riscos e possibilidades na hibridização entre os espaços presencial, remoto e digital.

Em “Aprender em tempos de IA: buscando sentidos para o saber”, Renata Cristina de Oliveira Tomaz refletiu sobre o papel da inteligência artificial nas rotinas de ensino e avaliação. Renata destacou como algoritmos e sistemas adaptativos modificam a experiência de crianças e jovens e ressaltou a necessidade de unir formação técnica a reflexões éticas e a medidas de proteção de direitos no ambiente escolar.

A programação de quarta-feira pela manhã inclui a premiação das obras vencedoras do Curta Campos na Escola, seguida da palestra “Cultura de dados para um ensino baseado em evidências”, com Leandro Bento de Castro, e do painel “Conectados demais? A infância nas telas digitais”, mediado por Eliana Crispim França Luquetti, com a participação de especialistas em comunicação e infância.

Na parte da tarde haverá exibição de vídeos do Curta Campos na Escola e palestras como “Do neurônio ao algoritmo: neurociência, linguagem e o futuro da prática docente em tempos de IA”, com Nicole Silva Stallivieri; “A inteligência artificial já saiu de moda?!”, com Pompílio Guimarães Reis Filho; e “IA e aprendizagem ativa: convergências para uma prática docente inovadora”, com Emily Fidelix, encerrando o dia com o Show Sun Shine, de Vitor Vieira.

Na quinta-feira, as atividades práticas incluem a oficina “IA na escola: Um laboratório de possibilidades”, por Emilly Fidelix, e a oficina “Desconectar para Reconectar: Tecnologia e Equilíbrio Emocional”, por Vinícius Laerte Guimarães Nunes, no Auditório Crista Bastos do IFF. À tarde, a Escola de Formação de Educadores Municipais (EFEM) recebe duas sessões da oficina “O micro:bit e suas potencialidades em projetos educacionais”, ministradas por Fermín Alfredo Tang Montané.

Apresentação de projetos da rede municipal de ensino

Na abertura do evento, a gerente de Tecnologias Digitais, Luciane dos Santos Morais, falou sobre a IV Feira de Educação, Inovação e Tecnologias, que acontece a partir de amanhã, simultaneamente com o seminário. Ela apontou que a feira tem como objetivo “dar visibilidade para as práticas inovadoras em Educação, mostrar possibilidades e atividades práticas bem-sucedidas”. Luciane contou que todas as atividades da feira foram compiladas em um e-book, organizado com planos de aula e links para materiais de apoio.

A IV Feira de Educação, Inovação e Tecnologias Digitais complementa o seminário com mais de vinte projetos das unidades da rede municipal. A mostra reúne iniciativas que combinam atividades com equipamentos conectados e propostas sem uso de tecnologia, demonstrando como práticas com e sem tela podem ser articuladas para fortalecer o processo de aprendizagem e promover trocas entre escolas.

O evento reafirma seu papel como espaço aberto, colaborativo e formativo para ampliar o diálogo entre docentes, discentes e comunidade acadêmica sobre educação, tecnologia e inovação. O público-alvo inclui profissionais das redes municipal, estadual e particular, gestores e estudantes universitários interessados em metodologias que articulem recursos digitais com práticas pedagógicas centradas no sentido e na inclusão.