Doença potencialmente grave e com alto índice de mortalidade, algumas meningites infecciosas bacterianas podem ser transmitidas de uma pessoa para a outra. Entretanto, esse cenário pode ser evitado se a população mantiver a caderneta de vacinação em dia, já que esta é a principal forma de prevenção contra a doença. Outra medida é o bloqueio microbiológico do local por quimioprofilaxia, quando há casos confirmados da doença, como o ocorrido recentemente em uma creche-escola particular do município.
Através do Programa Municipal de Imunização (PMI) da Secretaria de Saúde de Campos, cinco vacinas são disponibilizadas diariamente em quase 40 salas de imunização. Entre as vacinas estão a BCG que protege contra tubérculo miliar e meníngea (que pode causar meningite). Aplicada ao nascer, a vacina é feita com os bebês ainda nas maternidades. A Pentavalente protege contra a meningite causada pelo Haemophilus influenzae B, além de difteria, tétano, coqueluche e hepatite B. Ela é aplicada aos 2, 4 e 6 meses.
Já a vacina Pneumocócica 10-valente protege contra pneumonia, otite e meningite causadas pelo Streptococcus pneumoniae. Deve ser aplicada aos 2, 4 e 12 meses. Depois tem a Meningocócica C (conjudada) que protege contra a meningite do tipo C e é aplicada aos 3 e 5 meses. Há ainda a Meningocócica ACWY que protege contra os tipos A, C, W e Y da meningite. Ela é aplicada aos 12 meses e o reforço de 11 a 14 anos.
O subsecretário de Vigilância em Saúde, Rodrigo Carneiro, explica que as meningites infecciosas podem ser causadas principalmente por bactérias e por vírus. Existem as meningites fúngicas e por protozoários, mas essas são muito raras e não têm importância em termos de saúde pública.
“Nas meningites infecciosas bacterianas, algumas podem ser transmissíveis de uma pessoa para outra. O grande exemplo é a meningite meningocócica, causada pelo meningococo, que é uma doença potencialmente grave, com alta mortalidade. A meningite meningocócica é possível de ser evitada através da vacinação. Nós temos duas vacinas que protegem contra os principais sorogrupos de meningococo. Por isso que é tão importante a adesão da população à vacinação”, destacou.
Carneiro explica ainda que a Subsecretaria de Vigilância em Saúde vem usando diferentes estratégias de vacinação, principalmente para fazer busca ativa de pessoas não vacinadas. Um exemplo é a vacinação nas escolas, que depois de percorrer todas as creches e escolas da rede municipal de ensino nos últimos anos, agora foi ampliada para escolas estaduais, em busca de crianças e adolescentes que estejam com esquema vacinal incompleto.
“Entre essa busca, inclui-se as vacinas que podem proteger contra meningite, já que, além do meningococo, também temos a vacina antipneumocócica contra o pneumococo e contra uma outra bactéria chamada Haemophilus, que também pode causar meningite. Então, a vacinação é a principal forma de prevenção contra a meningite”, afirmou.
BLOQUEIO MICROBIOLÓGICO DO LOCAL
A Subsecretaria de Vigilância em Saúde (SUBVS) foi notificada no início de outubro sobre um caso de meningite meningocócica em uma creche-escola particular do município. Assim que recebeu a informação, a equipe técnica da pasta realizou imediatamente o bloqueio microbiológico do local por meio de quimioprofilaxia, que é a administração de medicamentos para evitar a transmissão do meningococo entre as crianças e os profissionais da unidade de ensino.
 
“Essa estratégia foi realizada com rapidez e, até o momento, não temos indícios de que a bactéria tenha sido transmitida de uma pessoa para outra. O mais importante é que, devido ao diagnóstico precoce, a criança apresentou uma excelente evolução, recebendo alta sem sequelas”, destacou Rodrigo Carneiro.
 
Após a profilaxia, a recomendação da equipe técnica é que os pais e responsáveis observem possíveis sintomas nas crianças, como febre, cefaleia e dor de cabeça. Caso eles apareçam, é fundamental buscar imediatamente atendimento médico. A quimioprofilaxia é considerada altamente eficaz na eliminação das bactérias que podem causar meningite na orofaringe, região da garganta por onde o agente infeccioso entra no organismo. O uso precoce de antibióticos impede que a bactéria alcance o sistema nervoso central, evitando o desenvolvimento da doença.