A mesa redonda “A rede de enfrentamento à violência nas escolas: o diagnóstico de uma realidade” abriu a programação da tarde desta quinta-feira (14), do II Fórum Estadual de Ronda Escolar, que tem como tema “Entre redes: prevenção e mediação de conflitos”. Comandantes e guardas civis de quase 30 municípios do Estado do Rio de Janeiro e também do Espírito Santo participaram do evento.
A mesa foi composta pelo presidente do Conselho Municipal dos Diretos da Criança e do Adolescente de Campos (CMDCA) e da Fundação Municipal da Infância e da Juventude (FMIJ), Thiago Ferrugem; o vice-presidente do CMDCA, Renato Gonçalves; o subcoordenador da Ronda Escolar, Paulo Victor Quintanilha; e a coordenadora do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) da Penha, Juliene Ferreira.
O presidente da FMIJ parabenizou a Guarda Civil de Campos por implantar a Ronda Escolar, bastante atuante no enfrentamento à violência, e contou como o município vem avançando na área.
- A gestão municipal dá tanta importância à defesa e proteção dos diretos das crianças e dos adolescentes, que criou uma secretaria inteira para tratar da questão e promover a transversalidade e a intersetorialidade entre as políticas públicas da saúde, educação, assistência social ou segurança pública. Trabalhamos para que haja uma união destas políticas e integração com a Ronda Escolar, Conselhos Tutelares, Ministério Público e demais instituições, a fim de dar efetividade e eficácia à rede de proteção à infância, adolescência e juventude no município – ressaltou Thiago Ferrugem.
Thiago citou alguns avanços. “Existe uma verdadeira cultura da violência, que atingiu as famílias, escolas, a sociedade como um todo. Não adianta só chamar a Ronda Escolar quando se verifica um conflito na escola. A Ronda Escolar atua na prevenção e faz parte do Conselho dos Diretos da Criança e do Adolescente; está passando por capacitação para enfrentamento ao crack. O público atendido pela Fundação da Infância e da Juventude é o mesmo da Assistência Social, prioritariamente menores em situação de vulnerabilidade ou risco social, muitos de comunidades que convivem com o tráfico e a violência. Mas estamos formando mais 300 guardas mirins. Temos o programa Desafio, para formação da cidadania; o Qualifica Jovem, cursos para os jovens que querem ter uma qualificação para o mercado de trabalho e muito mais”.
- Criamos cinco conselhos tutelares e, para se ter uma ideia, São Gonçalo, que tem cerca de 1,2 milhão de habitantes tem apenas três. A Constituição Federal, no artigo 227, contempla a teoria da proteção integral da criança, ou seja, a criança é responsabilidade não só da família e da escola, mas de todos nós, de todo mundo. É dever nosso proteger a criança e o adolescente e fortalecer nossa rede, que já conta com uma Ronda Escolar - concluiu o presidente da FMIJ.