O Dia do Patrimônio Histórico é 17 de agosto. Como este ano a data cai no domingo, a Prefeitura, através da Secretaria de Educação, Cultura e Esportes, bem como membros do Grupo de Trabalho do Plano Básico Ambiental do Complexo Logístico Farol/Barra do Furado (PBA) elaboraram uma programação que foi cumprida nesta sexta-feira (15). O ponto alto da programação foi um City Tour com estudantes da localidade do Terminal Pesqueiro, situada em área de influência direta do empreendimento.
As crianças foram levadas de ônibus da Secretaria de Educação para conhecer pontos turísticos do patrimônio histórico e cultural de Campos, situados na Baixada Campista, na região onde teve início a colonização do município, e que é marcada por igrejas centenárias e bincentenárias; e o Solar do Colégio, construído pelos jeusuítas no século XVII, onde atualmente funciona o Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho.
No percurso, desde a saída da Escola Municipal Apic, no ônibus, as crianças receberam várias informações sobre o surgimento de comunidades, a partir das grandes fazendas do período colonial, bem como a história de vultos históricos da Baixada Campista. O coordenador do Projeto City Tour e gerente de Feiras e Eventos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Everaldo Reis, deu explicações didáticas sobre prédios centenários, bicentenários e tricentenários da Baixada Campista, como igrejas e o próprio Solar.
Everaldo passou informações sobre a cultura e sobre os vultos históricos, desde os primórdios, como Benta Pereira, Joaquim Vicente dos Reis, até Waldir Pinto de Carvalho, escritor campista que tem suas obras reconhecidas em todo Brasil, e venerado por historiadores pela precisão nos detalhes de seus relatos sobre a história do povo de Campos e sua cultura, registrados em seus muitos livros. As crianças conheceram também um pouco da biografia de outros vultos, como o escritor campista José Cândido de Carvalho.
No Solar do Colégio, as crianças, os responsáveis e os membros do Grupo de Trabalho do PBA, foram recepcionados pela historiadora do Museu Histórico de Campos, Larissa Manhães, que deu detalhes sobre a construção do Solar no final da década de 1750 e falou dos vultos sepultados próximo do Santuário do Espírito Santo, como Benta Pereira.
Larissa ensinou sobre os proprietários, mostrou materiais arqueológicos resgatados no local, falou sobre as peças de arte fundidas em madeira do antigo santuário, e falou sobre o comércio de escravos. A fazenda chegou a ter 2 mil africanos escravizados em trabalhos pesados. A grande fazenda que tinha seus limite estendidos à Praia do Farol de São Tomé, aos alagados de Barra do Furado (limite com a Fazenda Quissamã) e ao limite com o Rio Paraíba do Sul.
Ao final do City Tour, a coordenadora de eventos da Secretaria de Educação, Neusa Regina Bastos da Silva, considerou positiva a agenda, tendo em vista o entusiasmo e o interesse dos alunos pelas explanações, tanto durante o percurso no ônibus, como nos locais históricos.
- Foi muito proveitoso para as crianças. Elas demonstraram interesse e algumas, mas maduras, ficaram até mesmo surpresas por conhecer tanta coisa importante da história da região onde vivem - disse Neusa Regina.