A mobilização da população para a luta contra a dengue, que está sendo feita Prefeitura de Campos, através das Secretarias de Governo e Saúde e do Centro de Controle de Zoonoses (CZZ), aconteceu nesta quarta-feira (6), na Baixada Campista, nas Unidades Básicas de Saúde de Venda Nova, Marrecas e Baixa Grande.
Técnicos do CCZ conversam com pequenos grupos de moradores, mostrando a gravidade da doença e solicitando a cooperação para que cada um fiscalize sua casa e seu quintal, pedindo aos vizinhos para participarem também da ação, acabando com os focos do Aedes aegypti.
Funcionário do Ministério da Saúde e subcoordenador do CCZ, Sílvio Pinheiro explicou que está ocorrendo a transmissão de três doenças: dengue, zica e chikungunya. Ele disse que em 2008, com 258 mil casos de dengue no Brasil, a situação era alarmante e, hoje, está muito pior.
- Dengue mata e todos sabem, mas temos ainda a zika, com previsão de muitos casos de microcefalia, à qual está associada. Chikungunya não é tão grave a ponto de levar a óbito, mas ataca o sistema nervoso e pode deixar a pessoa debilitada por um ano, sem condições de trabalhar, podendo ficar imobilizada e necessitar de internação – alertou Sílvio.
Ele lembrou que em 2015 foram mais de um 1,5 milhão de casos de dengue. “Se chegarmos a 800 mil casos de chicungunya, os hospitais não vão dar conta de atender à população. Por isso, o principal é combater o transmissor das doenças, impedir que os mosquitos nasçam, eliminando seus criadouros”, disse.
Maria de Fátima Rangel é moradora de Venda Nova e trabalha na UBS. “É muito importante esta orientação, para que possamos alertar a comunidade, porque ainda são poucos os que vistoriam suas casas para acabar com os focos do mosquito”, ressaltou.
Karla Danielle Lima, do Setor de Informação, Educação e Comunicação (IEC) do CCZ, ministrou palestra sobre as três doenças, nas UBS de Marrecas e Baixa Grande.
- Muitos estão na expectativa da vacina contra a dengue, mas nas idades entre 9 e 45 anos. Assim, a medida eficaz ainda é destruir os focos do mosquito transmissor da doença. Muitos ficam preocupados com valões, mas o Aedes aegypti não nasce em valões. A fêmea do mosquito deposita pequenas quantidades de ovos em diferentes pontos, sempre na parede de algum recipiente. Os ovos podem ficar ali por meses e, quando entram em contato com a água eclodem, nascendo as larvas, que ficam na água e serão os mosquitos - disse.
Karla acrescentou que o mosquito é muito resistente. Vários estudos ainda estão sendo feitos, para tratamento das doenças que ele transmite. “Fundamental é eliminar os criadouros e pedir a colaboração dos parentes e vizinhos neste trabalho”, destacou a técnica.
Moradora de Baixa Grande, Sandra Márcia Freitas apoia a mobilização: “Temos muitos casos de dengue. Tenho três filhos e cuido do meu espaço, mas será que o vizinho está cuidando do dele também? É importante este trabalho de sensibilização, para tentarmos unir todos para eliminar os focos, mas há pessoas que acham que não vai acontecer nada com ela. Espero que, sabendo dos riscos que as doenças trazem à saúde e até a vida, todos tenham mais cuidado, para evitar a proliferação do mosquito”, ressaltou a dona de casa.