Dirigentes de entidades filantrópicas, igrejas e voluntários que distribuem alimentos para pessoas em situação de rua vão conhecer nesta terça-feira (5), às 14h, os equipamentos da Prefeitura de Campos para atendimento a essas pessoas, como abrigos e casa de passagem. As visitas foram acordadas durante reunião promovida pela Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social, no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), na sexta-feira (1).
- O objetivo da visita é compor com os grupos de caridade, um calendário de distribuição de alimentos e donativos em local fechado para dar dignidade e organização, e evitar desperdício de alimentos, tendo em vista que a falta de um calendário integrado, implica em dias de muito e dia de nada – disse a diretora do Departamento de Proteção Social Especial, Terezinha Amaral Vidal Alves.
Ela acrescentou que quando recebem muito alimento, por exemplo, as pessoas descartam o resto de comida nas calçadas, provocando desperdício e sujeira. “Por isso, houve entendimento no sentido de organizarmos a distribuição, numa espécie de escala para cada grupo de entidades, a cada dia da semana”, pontuou.
Terezinha informou que as visitas serão feitas no Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (CentroPop), Lar Cristão, Casa de Passagem e Albergue Francisco de Assis.
- Para otimizar o trabalho filantrópico e de caridade prestados pelas diversas entidades, a Prefeitura, por meio do Comitê Intersetorial de Cidadania na Rua, órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social, buscou entendimento com as entidades para criar um cronograma de atuação, de forma a ordenar o trabalho e otimizar a distribuição dos donativos - enfatizou a diretora do Comitê.
Campos é Referência na Região Sudeste do Brasil
Terezinha destacou que Campos é referência na Região Sudeste em infraestrutura e equipe técnica para fazer acompanhamento às pessoas em situação de rua. Ela informa que a estrutura para acolhimento e atendimento social em Campos tem mais de 60 vagas diárias e ressalta a importância do trabalho social desenvolvido na Casa de Passagem, no Lar Cidadão e no Albergue Francisco de Assis, que disponibilizam vagas diariamente, com cama, roupas limpas, alimentação e higiene, além de equipes multidisciplinares formadas por psicólogos, assistentes sociais e cuidadores.
- Muitas pessoas não aceitam as normas de convivência que precisam ser obedecidas nestes locais, como horários para acordar, fazer higiene pessoal, como escovar dentes e tomar banho; horários para refeições; e outros comportamentos de rotina. Como não aceitam regras sociais, recusam a oferta da vaga e preferem permanecer na rua - relatou a diretora.
Campos é pioneira na criação do Comitê no RJ
Terezinha informou que recentemente o Comitê Intersetorial de Pessoas em Situação de Rua fez levantamentos e identificou que 60% desses moradores não são de Campos. Diferente das demais cidades do Estado do Rio, em Campos, a Prefeitura criou o Comitê, conforme a legislação federal, e tem custo mensal em torno de R$ 800,00 com cada morador em situação de rua. “Recebemos uma verba federal de apenas R$ 5 mil, que não cobre as despesas que a Prefeitura tem na assistência a essas pessoas. Temos uma média de 140 pessoas/mês”, disse Teresinha.
- Quando identificamos a pessoa com perfil de usuário de drogas, alcoolismo e psiquiátrico, fazemos o encaminhamento para o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas Doutor Ari Viana (Caps AD). Através de uma parceria com a Superintendência de Trabalho e Renda, fazemos encaminhamentos para cursos de qualificação e para o Balcão de Empregos. Também temos, na Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social, curso de padaria – pontuou a diretora.
Ela acrescentou que a ideia é elevar a autoestima dessas pessoas, para que voltem a ter espaço na sociedade como cidadãos e conquistem espaço no mercado de trabalho.