O secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Victor de Aquino, articula a retomada dos investimentos para a conclusão das obras do Complexo Barra do Furado, no limite de Campos com Quissamã. O empreendimento, projetado para desenvolver atividades de apoio à produção de petróleo e gás na Bacia de Campos, começou a ser construído em 2011 a partir de uma parceria entre os dois municípios, o governo Estadual e apoio do governo Federal, mas está com as obras suspensas desde meados de 2014.
— Estamos lutando muito pela retomada do empreendimento. Com a empresa que realizava as obras, conseguimos impedir que ela processasse a Prefeitura por causa de uma dívida na casa dos R$ 30 milhões. E ainda tivemos de um executivo desta mesma empresa, a promessa de nos ajudar indicando investidores para atuar no sistema de Parceria Público Privada (PPP). Um potencial parceiro é um filho de um sheik árabe que já visitou o local em um passado recente e queria investir, mas desistiu por causa da situação econômica do nosso país. Ele está para retornar ao Brasil em fevereiro e vamos tentar a parceria — explicou Victor de Aquino.
Outra questão que passou a motivar o secretário foi uma “coincidência” ocorrida no último dia 16, quando ele estava na cidade do Rio de Janeiro justamente para tratar do assunto junto ao governo do Estado e o Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH).
— Com o secretário Estadual de Transporte, Delmo Pinho, descobri que havia um convênio para um repasse em torno de R$ 300 milhões do governo Federal para o Complexo Barra do Furado. E pasmem: esse convênio, com prazo de 30 meses, foi assinado em 16 de Julho de 2014 e vencia exatamente naquele dia. E com o Diretor do INPH Domenico Acetta, descobri que ele tinha uma cópia do convênio — explicou.
O secretário iniciou então uma espécie de “operação salva convênio”. Ele sabia que o prefeito Rafael Diniz também estava no Rio naquele dia, junto com o Procurador Geral de Campos, José Paes Neto e entrou em contato com o procurador e relatou a situação. “Conseguimos a cópia do convênio e preparamos um ofício para enviar ainda naquele dia a Brasília, o que foi feito. Foi acionado em Brasília o secretário de Infraestrutura Portuária Daniel de Menezes, que ficou responsável de encaminhar tudo ao Ministério do Transporte, Portos e Aviação Civil”.
Ainda segundo Victor, é muito importante para o município o Complexo de Barra do Furado, porque representa a geração de empregos que o prefeito Rafael Diniz tanto defende para diminuir a dependência dos royalties do petróleo.
— Independente do convênio, que deve ser renovado, o dinheiro pode não sair nesse momento devido à crise Nacional e vamos então buscar as PPPs ou, até mesmo, criar um Companhia Portuária reunindo Campos e Quissamã para administrar o Complexo. Mas o importante nesse momento, é conversar com os atores envolvidos e retomar o projeto. A BR Offshore, que comprou uma grande área, é a única que continua firme no projeto. Vamos procurar outras quatro ou cinco empresas que haviam desistido e conversar. Domenico Acetta entende que com o pré-sal prosperando, o nosso Complexo é perfeitamente viável – concluiu Victor De Aquino.