Na noite desta segunda-feira (13), o prefeito Rafael Diniz esteve na Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) para um jantar com os diretores da entidade, que, durante o encontro, expuseram suas dúvidas e debateram diversos pontos de interesse do empresariado campista. O secretário de Transparência e Controle, Felipe Quintanilha, elucidou questionamentos e exibiu dados técnicos em uma apresentação informativa, que esclareceu as dúvidas sobre as iniciativas do governo diante da real situação econômica do município, que possui uma dívida de cerca de R$ 2,4 bilhões deixada pela gestão anterior.
Acompanhado da vice-prefeita Conceição SantAnna, homenageada durante o jantar, e de grande parte do secretariado municipal, Rafael explicou aos presentes que a intenção era responder em números, dados e informações todos os questionamentos sobre a real situação do município e do que está sendo feito para reverter este quadro, e que toda transformação deve se dar de forma responsável. Diniz reiterou o compromisso em dialogar de forma transparente com a população.
- Estamos mostrando para a população qual é a realidade do nosso município que não pertence a minha gestão, é de todos nós. Por isso, o nosso compromisso em esclarecer os fatos e nos propor ao debate, disponibilizando qualquer documentação para que todos tomem conhecimento sobre a real situação do nosso município e o que fizeram com a nossa cidade nos últimos anos. Janeiro, fevereiro e meados de março nós estamos em dia com todas as nossas obrigações, não estamos devendo a ninguém, estamos pagando e chamando os credores para estudarmos possibilidades de sanar dívidas deixadas pelas gestões anteriores. Toda transformação deve acontecer de forma responsável. Sei que são dois meses e meio apenas, mas estamos cumprindo nossas obrigações. Estudando formas de reduzir ainda mais nossas despesas e de viabilizar maneiras de gerar mais receitas, algo que não foi pensado antes nessa cidade. Nossa visão de gestão é ouvir as pessoas e avançar com trabalho e responsabilidade – pontuou o prefeito.
Tal como já havia feito na Câmara Municipal, no dia 7 deste mês, o secretário destacou a aplicação dos recursos e as medidas de economia e de gestão que já foram adotadas para reverter o quadro de crise financeira.
- São R$ 262 milhões em dívidas sem empenho. Dívidas com notas fiscais atestadas, que tiveram seus empenhos cancelados e alguns sequer foram empenhados. Descobrimos um quadro que nos deixa muito preocupado que vai desde obras com nota fiscal atestada de R$ 121 milhões de dívida sem nenhum empenho, despesa de custeio de R$ 35 milhões, despesa de obras vinculadas à secretaria municipal de Saúde na ordem de R$ 44 milhões. E ainda R$ 10,5 milhões de energia elétrica e água, R$ 21 milhões com servidores e RPAs. E a dívida mais recente é com os hospitais contratualizados: R$ 30 milhões. Todos os hospitais possuem crédito com o município. Em novembro de 2016, o recurso federal entrou no cofre, mas não foi repassado aos hospitais. Além da entrada deste recurso, que estamos apurando para onde foi, tem ainda a parte municipal que não foi repassada em outubro, novembro e dezembro. Além disso foi feito um reconhecimento de dívida pela gestão anterior em junho do ano passado, foi feito o parcelamento, mas não foi cumprido — explicou o secretário, destacando que o montante de R$ 2,4 bilhões é materializado pelas dívidas de curto prazo, além da antecipação de royalties, dívida fundada e precatórios do Tribunal de Justiça, algo em torno de mais de R$ 61 milhões.