"Como o gerenciamento de projetos pode potencializar a aplicação de royalties para uma boa diversificação produtiva da nossa região?" Este foi o tema do debate realizado nesta quarta-feira (10) durante o segundo dia do IV Encontro de Gerenciamento de Projetos do PMI-Rio (Project Management Institute), realizado no Instituto Federal Fluminense (IFF), do qual participaram o superintendente de Ciência, Tecnologia e Inovação, Romeu e Silva Neto, e o secretário da Transparência e Controle, Felipe Quintanilha. O evento começou na terça-feira (09) e, no primeiro dia, foi voltado para o setor privado. Já nesta quarta-feira, as palestras e debates foram voltados para a administração pública. O tema do encontro foi "Os benefícios do gerenciamento de Projetos nas áreas pública e privada".
O superintendente Romeu Neto apontou como um dos caminhos “aliar demandas de empresas da região para que as universidades, através de seus projetos de iniciação científica, possam atendê-las”. Outra alternativa para fortalecer a economia do município é a criação de uma Zona Especial de Negócios (ZEN) nas proximidades do trevo para o Porto do Açu, onde empresas possam atender ao porto de Presidente Kennedy (ES) e o porto sanjoanense.
Romeu lembra que, atualmente, o cenário é preocupante diante da queda do preço do barril do petróleo desde 2014 e que os municípios que estão conseguindo reduzir a dependência o fazem devido ao Imposto Sobre Serviços (ISS) e citou como exemplos os municípios de Macaé e São João da Barra. “A produção de petróleo está passando por um processo de deslocamento da Bacia de Campos para a Bacia de Santos (SP). O cenário para uma década é tenebroso porque nenhuma atividade vai substituir o impacto dos royalties”.
Felipe Quintanilha ressaltou que um município do porte de Campos com uma estrutura que possui cerca de 500 mil habitantes, 240 escolas e mais de 80 unidades de saúde possui uma despesa muito alta. Ele lembra que só a folha de pagamento consome, por mês, mais de R$ 70 milhões. “Estamos fazendo uma reengenharia financeira, porque quando o município tinha recursos em abundância, não se via a necessidade de buscar recursos de outras esferas”.
Entre as ações desenvolvidas para garantir a economia de R$ 10 milhões/mês, até o momento, Quintanilha citou como exemplo a redução de mais de 500 cargos comissionados, a revisão de imóveis próprios para que a prefeitura deixe de pagar aluguel e, ainda, o pagamento de despesas de áreas como Saúde para ambulância, por exemplo, através de recursos do Programa de Atenção Básica.
Participaram ainda do evento os presidentes do PMI-Rio, Carlos Augusto Freitas e do Espírito Santo, Fábio Cretton, que falou sobre as experiências do estado capixaba com a secretaria de Gerenciamento de Projetos, possibilitando realizar investimentos mesmo diante de um quadro de crise nacional. Nesta quarta, foram palestrantes Priscila Safra (Gerente de Projetos de Boas Práticas e Controle Interno do PMI-Rio) e Victor Pestana (Gerente do escritório de Projetos do Governo do ES). No debate, com um tema regional sobre os royalties, estavam ainda o procurador da Prefeitura de Quissamã, Felippe Klem, e o secretário de Planejamento de São João da Barra, Sávio Fonseca. O PMI-Rio é a maior organização de gerenciamento de projetos do mundo e não possui fins lucrativos.