Uma solenidade na manhã desta segunda-feira (2), em frente à estátua de Nilo Peçanha, na avenida de mesmo nome, homenageou a passagem dos 150 anos de nascimento do maior estadista fluminense nascido em Campos. A vice-prefeita, Conceição SantAnna, participou da homenagem com representantes da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), Museu Histórico Municipal de Campos (MHMC), Academia Campista de Letras (ACL), Associação de Imprensa Campista (AIC), Câmara de Vereadores, Instituto Histórico e Geográfico de Campos dos Goytacazes (IHGCG), Loja Maçônica Fraternidade Campista e secretarias municipais, dentre outros.
Após a Banda da Guarda Municipal executar o Hino Nacional e o Hino a Campos dos Goytacazes, o orador do IHGCG, Vilmar Rangel, fez um amplo relato sobre a vida e obra de Nilo Peçanha, destacando a infância pobre, as dificuldades impostas pela condição de mestiço, o ingresso na carreira política após se formar advogado, e o auge da carreira, quando, na presidência da República por 17 meses, promoveu grandes realizações. Para a historiadora Sylvia Paes, presidente do IHGCG, não se deve esquecer o principal traço da personalidade do ex-presidente.
— Foi uma pessoa extremamente generosa e de grande visão social, preocupando-se, principalmente, com os menos favorecidos, como os índios, e com a educação. E o mais incrível foi o grande número de realizações em tão pouco tempo. Com sua grande visão, podemos dizer que foi um homem muito além de seu tempo, que se tido a oportunidade, teria promovido bem antes a industrialização do país — afirmou Sylvia.
A vice-prefeita também destacou a importância do legado do mais ilustre político campista, lembrando que Nilo Peçanha segue como uma grande inspiração. “Conhecemos sua história de dificuldades, desafios e superação. O que nos estimula na luta por um governo também de muita luta e superação dos desafios, como tem acontecido desde o início”, disse Conceição. Palavras reforçadas pela presidente da FCJOL. “Devemos destacar esse ambiente de união que marca a atual administração municipal. As comemorações a Nilo Peçanha são um exemplo dessa cooperação”, afirmou Cristina Lima.
Parentes da segunda, terceira, quarta e até quinta geração de Nilo Peçanha, que não teve filhos, acompanharam a solenidade. Caso do primo de segunda geração Walme Peçanha, de 85 anos, ao lado de filha, netos e bisnetos. A gerente do MHMC, Graziela Escocard, ressaltou uma questão pouco citada pelos historiadores. “Muitas vezes ele se posicionou contra políticos poderosos, grandes produtores rurais do país, e talvez por isso não tenha conseguido se reeleger presidente”, destacou Graziela.
Nascido em 2 de outubro de 1867 em uma propriedade rural do hoje distrito de Morro do Coco, Nilo Procópio Peçanha apostou desde cedo na educação, mostrando inclinação para a política ainda na adolescência. Após se formar advogado e já tendo ingressado na política, casou-se com uma jovem rica de Campos. Governou o estado do Rio de Janeiro por duas vezes, foi senador por mais de um mandato e também ministro das Relações Exteriores. Entre as realizações, criou o que são hoje a Fundação Nacional do Índio (Funai) e os Institutos Federais de Educação. Em Campos, foram inúmeras obras de modernização da cidade no início do Século XX.
As comemorações pelo Sesquicentenário de Nilo Peçanha seguem, nesta segunda, com lançamento de acervo na página do Cidac. No Facebook do Museu Histórico Municipal, também está sendo disponibilizado material alusivo ao estadista. Nos próximos dias, começa capacitação de professores para a realização de um Concurso de Redação nas escolas municipais em 2018. No dia 20, tem exposição no Museu Histórico e, no dia 31, acontece a mesa redonda “Negro Nilo”, promoção do IHGCG.