Cerca de 100 pessoas participaram, na manhã desta quarta-feira (16), no auditório da prefeitura, do 1º Encontro do Fórum Intersetorial de Saúde Mental, como parte da “Semana da Luta Antimanicomial”, organizada pelo Programa de Saúde Mental da Secretaria municipal de Saúde (SMS), iniciada na segunda-feira (14). O evento foi aberto pela vice-prefeita Conceição SantAnna, que falou sobre a importância dada ao assunto desde o primeiro dia do governo Rafael Diniz. Painéis de fotos das unidades de atendimento foram montados no hall da prefeitura.
— Temos obtido significativos avanços no atendimento na área da Saúde Mental, uma das prioridades desse governo, e muito disso se deve ao trabalho integrado das secretarias, sempre prontas a se auxiliarem, umas as outras, atendendo ao desejo do prefeito. Por isso acredito que continuaremos ultrapassando as barreiras, vencendo as dificuldades e melhorando ainda mais esse atendimento — afirmou a vice-prefeita, acompanhada da secretária de Saúde, Fabiana Catalani.
Formaram a mesa a coordenadora do Programa de Saúde Mental, Elisa Peralva; a subsecretária de Saúde na Atenção Básica, Cintia Ferrini; o secretário de Educação, Brand Arenari; o subsecretário de Desenvolvimento Humano e Social, Rogério Matoso, e o coordenador do Centro de Referência da Criança e do Adolescente (CRCA), Renato Gonçalves. A secretária de Saúde fez uma breve avaliação do quadro atual.
— Pela primeira vez o município debate essa questão. E destacamos a interação de diferentes aparelhos da administração. Em todo o país, tínhamos há anos um quadro em que os doentes mentais eram simplesmente abandonados nos manicômios. Em Campos, temos investido no atendimento que prioriza o convívio do paciente com a família e a sociedade. As equipes estão de parabéns — afirmou a secretária Fabiana Catalani.
Elisa Peralva também destacou a luta pela “desospitalização” no setor. “Ao vermos a grande busca por leito de hospital psiquiátrico, vimos que algo estava errado. Então iniciamos o fortalecimento dos Centros de Atenção Psicossociais (CAPS) para melhorar o atendimento. Quando um hospício fecha em uma cidade, é porque o serviço de Saúde Mental está melhorando”, observou.
Já Cintia Ferrini ressaltou a forma como o tema “Saúde Mental” já é tratado até mesmo nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). “As pessoas já conversam normalmente sobre o assunto. E devemos isso ao sério trabalho que todos vêm realizando”, afirmou. “É importante debatermos com maior frequência temática tão importante, envolvendo não apenas os profissionais, mas toda a sociedade”, acrescentou Rogério Matoso.
O aprofundamento da questão foi destacado também por Brand Arenari. “Toda a equipe está de parabéns pela luta antimanicomial. Cada passo transformador que temos visto exige muito esforço e coragem”, afirmou. “Esse trabalho é importante, porque o encarceramento do doente é uma negação de seu direito ao convívio familiar e comunitário”, completou Renato Gonçalves.
Na parte final, representantes dos Caps apresentaram as demandas mais urgentes, com o posicionamento dos gestores. A rede de Saúde Mental do município tem hoje quatro unidades do Caps, uma Residência Terapêutica e o Posto de Urgência Psiquiátrico, além do Hospital Psiquiátrico Espírita Doutor João Viana. O Hospital Psiquiátrico Henrique Roxo foi fechado em outubro do ano passado.