A superintendência do Hospital Ferreira Machado (HFM) faz um alerta por conta do alto índice de feridos em acidentes motociclísticos que têm chegado ao hospital. Para traçar possíveis ações de prevenção desse tipo de ocorrência, uma reunião foi realizada na manhã desta terça-feira (5), no HFM, entre a direção do hospital e representantes da Guarda Civil Municipal (GCM), Polícia Militar (PM) e Corpo de Bombeiros. Na ocasião, o superintendente do HFM, Pedro Ernesto Simão, apresentou dados referentes aos custos que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem com os acidentados no trânsito, assim como as estatísticas do HFM. Até maio de 2018, a unidade registrou 1099 pacientes decorrentes de acidente com moto.
Segundo Pedro Ernesto, a proposta da reunião foi buscar ações integradas que possam conscientizar a população. “A ideia inicial é unir forças para esclarecer a população sobre os altos índices de acidente de moto e sobre os custos que esses acidentes geram, tanto para a população quanto para os órgãos públicos. Sem contar as vidas que são perdidas, além das pessoas na fase produtiva de vida que ficam mutiladas e que não conseguem voltar ao seu trabalho”, disse ao acrescentar que no próximo dia 12 foi marcada uma nova reunião e serão convidados outros órgãos, como o Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) e o Detran.
Durante a apresentação dos dados, o superintendente ressaltou que dentre os 1.099 atendimentos realizados este ano, no HFM, 441 são jovens entre 20 e 29 anos. Os dados também mostram que a maioria das vítimas de acidente de moto são homens: 806.
Outro dado que chamou atenção foi que os acidentes motociclísticos configuraram, no 1º trimestre de 2018, 17% de internações no Centro de Terapia Intensiva (CTI). O superintendente Pedro Ernesto explicou que o HFM possui 30 leitos de CTI, sendo que apenas seis são custeados pelo SUS e o restante é custeado pela Prefeitura de Campos. Cada paciente no CTI gera, em média, um custo de R$ 900 a R$ 1 mil por dia.
Representando o 5º Grupamento de Bombeiros Militares (GBM), o capitão Thomas Dutra ressaltou que os números apresentados podem ser ainda maiores, uma vez que o HFM só possui a estatística de atendimentos realizados na unidade hospitalar. “A gente analisou os números apresentados pelo Ferreira Machado e a gente até acrescentou que esse número pode ser maior, principalmente o de óbitos, porque muitas vezes a vítima nem chega a ser socorrida para o hospital. No 5º GBM foi estabelecido um plano de metas e uma delas é diminuir o número de acidentes de motos. Já enviamos para o IMTT um documento identificando a área com os maiores índices de acidentes com motos e solicitamos a possibilidade de instalação de radares nessas áreas. Isso é algo a mais para estarmos somando”, destacou.
O guarda civil municipal Genivaldo Lisboa informou que o órgão atua com fiscalização nas ruas para coibir as irregularidades de motociclistas e também faz palestras educacionais em escolas e empresas sobre o assunto. “Temos buscado trabalhar nessa frente fiscalizando, orientando, realizando palestras nas escolas e em empresas para conscientizar e orientar os condutores em relação a esses acidentes, tendo em vista que a gente sabe que esses índices são altos demais, precisamos preservar vidas e ainda tem um custo muito alto também para a população como um todo. Por isso que a gente está aqui, para unir forças”, disse.
O chefe da seção de Planejamento de Operações do 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM), Raphael Viana, destacou que a PM também está engajada em mobilizar ações para reduzir o número de acidentes motociclísticos. Ele ressaltou que as famílias têm papel fundamental para orientar jovens que utilizam motos. “Não são os órgãos públicos, mas as famílias também devem orientar, principalmente os jovens que pilotam motos a andarem com os aparatos de segurança, como o capacete, e estarem devidamente habilitados para conduzir esse tipo de veículo. Estamos fazendo nossa parte tanto educacional quanto de repressão das irregularidades e vamos intensificar ainda mais”, afirmou.
Também participaram da reunião o diretor administrativo do HFM, Petrucio Pessanha, e o coordenador do CTI, Eldo Batista Junior.