A equipe do projeto Tomatec de Campos esteve, nesta quinta-feira (20), em uma unidade de processamento de plantio do projeto em Tanguá, na Região Metropolitana do Rio, para acompanhar o processo feito com parte dos frutos da colheita de tomate, que são transformadas em polpa e molho, buscando desperdício zero.
Os visitantes puderam conhecer as instalações e a estrutura necessária para o funcionamento do método de processamento e industrialização do fruto, assim como as etapas de produção, com objetivo de estudar a possibilidade de implementação da técnica em Campos e fortalecer a agroindústria local.
Estiveram na visita um dos criadores do projeto, o agrônomo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), José Ronaldo Macedo; o pesquisador da Universidade Federal Rural do Rio, Frederico Veiga; o técnico da Universidade, Gilson Parreiras; os coordenadores do Fórum AgroNorte, Edson Faes e Carlos Augusto Siqueira; o vice-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Campos (Codemca), Marcel Cardoso; e o estagiário de Agronomia da Codemca, Lucas Sanches; e o agricultor cadastrado para o projeto, Luiz Fernando Gomes.
— A visita faz parte do processo de implementação em nosso município deste método de processamento e industrialização de produtos agrícolas, feito de acordo com todas as normas legais de produção e viabilizando a produção com maior valor agregado e maior geração de emprego e renda para a principal vocação do município, que é a agricultura. Nosso objetivo final é diminuir a dependência da cidade dos royalties do petróleo. A agroindústria hoje é uma das prioridades da Codemca — disse Marcel Cardoso.
A produtora da unidade do Tomatec em Tanguá, Alessandra Bellas, explicou que o processamento foi uma opção em prol da perda zero da lavoura.
— Nós iniciamos o processamento dos frutos aqui na unidade de plantio buscando diminuir as perdas dos tomates in natura. Optamos, então, pela transformação do tomate tanto em polpa, enviadas a restaurantes, pizzarias e outros estabelecimentos, quanto em molho pronto para consumo, em sete sabores diferentes — relatou Alessandra, acrescentando que a iniciativa fez sua produção atingir novos mercados. “Hoje trabalhamos com cinco pessoas ao longo do processo e conseguimos produzir 80 potes de molho no período de 10 horas”.
O produtor de Campos Luiz Fernando, cadastrado no programa Tomatec, gostou muito do que viu: “Além de vender o tomate in natura, que é o produto principal, essa técnica de processamento e industrialização permite agregar valor e dar maior segurança quanto ao escoamento da produção”, disse.
O agrônomo da Embrapa, José Ronaldo, enfatiza que o projeto prevê a integração entre os produtores participantes. “Vimos a qualidade dos frutos da lavoura da produtora Alessandra e o processamento da polpa, que era o objetivo principal deste encontro, mas já estamos estudando outras possibilidades de intercâmbio entre os municípios, com a realização de novas visitas para compartilhar conhecimento e fortalecer as atividades”, explicou.
Tomatec em Campos — O projeto consiste na produção de tomates sem agrotóxicos. A primeira plantação do Tomatec em Campos foi realizada em abril, com mil pés em uma área de 720m², na Fazenda Santa Helena. O segundo plantio foi em junho, em lote de 600 m² em Marrecas, na Baixada Campista. O terceiro plantio está programado para 23 de julho, no Sítio do Arlindo, em Campo de Areia.
O projeto é realizado no município em parceria com a UFR-RJ, Fórum AgroNorte e a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio (Pesagro-RJ). O sistema não utiliza agrotóxicos e ensaca os frutos para evitar insetos, promovendo ainda a conservação do solo e o uso racional da água.