Terminou nesta quinta-feira (18), a primeira fase denominada “leitura técnica” para reformulação do Plano Diretor e criação do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável do município. Do total de vinte e oito reuniões, que envolveram todas as secretarias, superintendências e fundações da prefeitura, além de diversos setores da Sociedade Civil Organizada, com vistas a oportunizar sugestões para os Planos Diretor e de Mobilidade Urbana Sustentável, na última houve a participação de representantes da indústria, comércio, academia e arquitetura e urbanismo.
— É importante darmos garantias ao investidor que quer se instalar no município. Temos que apresentar segurança jurídica — destacou o presidente da Associação das Indústrias da Codin e Guarus (AIC), Lucas Vieira. ”Um exemplo que serve de alerta é o de uma fábrica de turbinas para aviões e helicópteros instalada em Petrópolis, que está montando uma unidade em Três Rios, porque a legislação municipal petropolitana não permite uma ampliação das instalações”, completa o presidente da representação Norte Fluminense da Firjan, Fernando Aguiar.
Entre as questões tratadas, destaque também para a ocupação dos espaços urbanos e a necessidade de uma legislação que garanta um melhor ordenamento. “É preciso ter o cuidado necessário para que em pouco tempo o anel viário da Avenida Arthur Bernardes não esteja com o movimento intenso da Avenida 28 de Março”, alerta a arquiteta Silvana Castro, do Instituto Federal Fluminense (IFF).
Finalizada a fase de “leitura técnica”, começará em breve o debate junto à comunidade, que poderá contribuir com os Planos a serem ainda “enriquecidos” nas plenárias, grupos de trabalho e audiências públicas. Em seguida, será realizada a última audiência pública antes do texto seguir para a Câmara Municipal. A proposta é dar ao município um Plano Diretor e um Plano de Mobilidade Urbana Sustentáveis atualizados para os próximos anos.
Segundo o coordenador dos dois Planos e integrante do Núcleo Gestor, Renato Siqueira, o Plano Diretor atual possui boas definições quanto a setorização de atividades, porém, necessita de atualização em especial pelo forte vetor de desenvolvimento representado pelo Porto do Açu, visto que o Plano anterior representava uma possibilidade de acontecer.
— Também as ocupações racionais ao longo dos eixos de comércio e serviço merecem atenção especial, tanto no uso, quanto no parcelamento do solo, de modo especial a infraestrutura de mobilidade no entorno dos polos geradores de tráfego e as medidas compensatórias destes, com objetivo de atenuar os impactos urbanísticos a serem gerados, para que a cidade não fique prejudicada em relação a qualidade de vida, tanto nos aspectos ambientais que envolvem o saneamento, quanto nos que envolvem o deslocamento. Em que o sistema de transporte se utilize de modais variados e integrados com soluções que priorizem os meios não motorizados — explica.
Renato afirma ainda que se impressionou com o interesse, a quantidade e a variedade das sugestões feitas. “Alguns setores da sociedade civil trouxeram, além de sugestões, um sentimento de satisfação pela oportunidade de participação, afirmando que ‘nunca haviam sido chamados’. Desta forma, o sentimento do dever cumprido nesta primeira fase nos estimula seguir com este importante trabalho, para o desenvolvimento sustentável do município, como orienta o prefeito Rafael Diniz — conclui o coordenador.
Participaram ainda a integrante do Plano Gestor Natália Faria, o presidente da Codemca, Vinícius Vieira; o gerente da CDL, Felipe Knust; representante local do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), Gustavo Manhães; o vice-presidente da Acic, Fernando Loureiro, e o representante do Sindicato da Indústria da Construção Civil no município, Francisco Roberto Siqueira.