Equipes do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da Penha promoveram uma roda de conversa sobre prevenção ao suicídio, nesta quinta-feira (12), em parceria com profissionais do Projeto Juntos na Vida, da Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) do Parque Imperial. A ação integra a Campanha Setembro Amarelo e visa fortalecer a proposta de articulação de rede, preconizada pelo Sistema Único de Assistência Social (SUAS), garantindo atendimento integral aos usuários.
De acordo com a assistente social e coordenadora do CRAS, Juliene Ferreira, diversas situações podem contribuir para desencadear um quadro de depressão e tentativas de suicídio como, por exemplo, questões financeiras.
- Não é o que revelamos no exterior que define como estamos, e sim, o que está dentro da gente. Há pessoas que demonstram a angústia e tristeza; outras não demonstram porque acham que é fraqueza. Eu também já tive depressão e achava que tudo na vida estava errado. Vivia angustiada, mas busquei ajuda profissional. Procurar ajuda não é vergonha nem sinal de fraqueza, temos que ter orgulho por ter coragem de procurar apoio. Sempre que houver um caso na família, nos procurem porque daremos o suporte e encaminhamentos necessários. O apoio é para toda família que também sofre com essa situação. O CRAS serve como referência mesmo, para vocês terem acesso a um atendimento completo, não somente na assistência social como também na saúde, por exemplo", disse.
A psicóloga do Projeto, Cássia Cristhine, explicou que essas ações representam um trabalho voluntário, coordenado pela psicóloga Denise Godin. "Abordamos diversas outras temáticas relacionadas à saúde mental, como ansiedade e depressão; e também outros públicos. Desenvolvemos ações em escolas, hospitais e em vias públicas, por exemplo. E o polo de Saúde Mental do Ambulatório da UBSF do Parque Imperial está à disposição de vocês", informou.
Segundo ela, é crescente o número de jovens que cometem suicídio. "Depressão não é frescura. O acolhimento e empatia são muito importantes para ajudar a pessoa a sair desse quadro. É primordial não julgar o que a pessoa diz ou faz, e sim, ouvir e procurar ajudar. É difícil para a família lidar com isso sozinha. A pessoa está sorrindo, mas pode estar escondendo uma dor. Psicólogo e psiquiatra não são coisas de doido. Esses profissionais estão aqui para nos ouvirem sem julgamento. Pessoas com potencial suicida emitem alguns sinais e começam a ter comportamentos diferentes. As pessoas não querem morrer, mas querem acabar com a dor, pois não sabem lidar com ela. Podemos ser agentes transformadores na vida do outro, basta ouvirmos", orientou.
Zenilda Maria de Souza relatou um caso de tentativa de suicídio na família. "Meu neto tem 18 anos e já tentou suicídio e foi horrível pra toda a família. Agora ele faz acompanhamento com psiquiatra e psicólogo e é atendido no CAPS", comentou.
Vanessa Barbosa também apresentou seu depoimento. "Não podemos esperar o copo transbordar para procurar ajuda. Graças a Deus, eu tive ajuda para sair de um relacionamento abusivo, mas tem pessoas que não querem contar para os outros porque sentem medo ou vergonha. Às vezes você cobra ajuda de pessoas quem não podem te ajudar, não porque não querem, mas porque não sabem como fazer. Procure ajuda de pessoas certas. No CRAS tem as profissionais adequadas para isso", lembrou.