O Departamento de Proteção Social Especial (DPSE) da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social promoveu, nesta segunda-feira (14), a primeira reunião de apoio técnico para apresentação do novo fluxo de atendimento da mulher vítima de violência intrafamiliar, que passa a incluir, também, a assistência aos homens agressores. O encontro foi direcionado às equipes dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS) e da Casa da Mulher Benta Pereira, e aconteceu na Escola Municipal de Gestão do Legislativo (Emugle).
A reunião contou com a presença da gerente da Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde, Elisa Peralva, que apresentou a rede de atenção psicossocial e seus objetivos, cujo setor passou a integrar o novo fluxo. A diretora do DPSE, Anne Caroline Cardoso, afirmou que será emitida uma nota técnica para garantir a continuidade do atendimento no Sistema Único de Assistência Social (SUAS) em Campos.
— Articulamos com a Gerência de Saúde Mental esse atendimento também aos homens. A partir de agora, teremos como referência para os CREAS 1 e 3 a Unidade Básica de Saúde (UBS) Alair Ferreira; e para o CREAS 2, a UBSF Parque Imperial. Nessas duas unidades há um ambulatório ampliado de saúde mental. Além do atendimento que já garantimos às mulheres vítimas, faremos os devidos encaminhamentos dos agressores para a rede de atenção psicossocial — explicou Anne.
Elisa falou sobre os critérios de encaminhamentos, e orientou que deverá ser feita a identificação dos casos, por meio da escuta, a fim de diagnosticar se há necessidade ou não de apoio da rede de saúde mental.
— Essa parceria tem o objetivo de pensar práticas em que a saúde e assistência social se complementem. Nessa atual gestão do DPSE, temos intensificado ainda mais essa parceria, estamos sempre em diálogo com os equipamentos, principalmente o Centro Pop e com os Acolhimentos da Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social. Os atendimentos não podem ser o mesmo para todos os indivíduos, mas estamos sempre pensando em um plano de ação singular, específico para cada ser humano, mediante as demandas que nos são apresentadas. Trabalhamos com base na articulação entre os setores e formação permanente dos profissionais — orientou Elisa.
Somente este ano, a Casa da Mulher Benta Pereira, um acolhimento institucional e sigiloso para mulheres em situação de violência doméstica, abrigou 19 mulheres e 35 crianças vitimadas. O abrigo proporciona conforto e segurança no momento em que a violência doméstica ultrapassa os limites da integridade física e risco de morte. A unidade recebe mulheres com medida protetiva, de todo Estado do Rio de Janeiro, pois integra a Rede de Proteção Estadual da Mulher.
De acordo com dados do Dossiê Mulher, do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISPRJ), foram registrados 1.552 casos de violência contra mulheres em Campos no ano passado, sendo 4 registros por dia. Em todo o Estado, foram 121.077 casos no ano de 2018, incluindo agressões físicas, psicológicas, sexuais e morais. A média é de 331 casos/dia ou 13 registros/hora. O levantamento aponta, também, que 35% dos registros estão relacionados à violência física e 31%, violência psicológica.