“Campos está muito à frente de outros municípios no que se refere à Diretoria de Vigilância Socioassistencial. O setor não se restringe apenas ao que demanda o Governo Federal, mas vai além e, com isso, contribui para o controle social e auxilia na pesquisa acadêmica”. A informação é da professora do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal Fluminense (UFF-Campos), doutora Juliana Nazareno.
Ela participou do I Seminário da Vigilância Socioassistencial de Campos nesta quarta-feira (11), na Câmara Municipal, realizado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social. O evento promoveu a socialização do trabalho da Vigilância Socioassistencial e apresentou o Diagnóstico Socioterritorial do município, garantindo uma reflexão com as equipes técnicas sobre os serviços socioassistenciais ofertados.
A doutora falou, ainda, sobre a importância do trabalho desenvolvido pela Vigilância, departamento ligado à Gestão do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) em Campos, e sobre a parceria entre a Universidade e a Secretaria, que resultou na construção do Sistema de Monitoramento e Avaliação do Serviço de Acolhimento Institucional de Crianças e Adolescentes em Campos dos Goytacazes. A Fundação Municipal da Infância e da Juventude (FMIJ), que faz a gestão dos oitos Acolhimentos para crianças e adolescentes da cidade, também é parceira no projeto.
— A Vigilância tem um importante papel principalmente no que se refere à possibilidade de devolutiva para os demais setores da Secretaria. Um segundo aspecto importante é a possibilidade de transformar os dados coletados em pautas para a gestão municipal. E o terceiro aspecto diz respeito ao papel fundamental que o setor tem na estruturação do SUAS e na construção das políticas públicas. Ela faz o diagnóstico das situações de vulnerabilidades e riscos que incidem sobre as famílias e indivíduos mais pobres do município; e esses dados são extremamente importantes para o planejamento da política — disse a doutora.
Juliana é coordenadora do Núcleo de Pesquisa sobre Infâncias, Juventudes e Políticas Públicas (NIJUP/UFF), membro do Núcleo de Pesquisa Geografia, Espaço e Ação (NUGEA/UFJF) e do Núcleo de Estudos Socioambientais (NESA/UFF).
Ela afirmou que o envolvimento dos assistentes sociais no trabalho de monitoramento e avaliação tem possibilitado à Universidade, no âmbito da formação, pensar possíveis novas disciplinas e projetos que insiram os alunos no domínio das novas tecnologias e dos softwares que trabalhem com o gerenciamento de dados.
— Essa nova demanda está fazendo a universidade pensar em novas ferramentas para que os assistentes sociais tenham subsídios técnicos e capacidade para atuar também nessa área. Mais do que computar dados, o objetivo do sistema é monitorar e avaliar os serviços, além de fazer a devolutiva num prazo mais adequado — destacou.
Para Juliana, o monitoramento feito pela Prefeitura contribui para compreender outros processos.
— Ajuda a compreender os fenômenos sociais que produzem as vulnerabilidades e os riscos, compreender a realidade, possibilita que a universidade acesse as informações e dialogue, contribuindo para análises quantitativas e qualitativas e para a intervenção na política pública. Continuem nessa direção — elogiou.