O prefeito Wladimir Garotinho, em reunião remota nesta segunda (05), do Gabinete de Crise de Combate à Covid-19, apresentou informações do grupo técnico de médicos e pesquisadores que mostram Campos com variantes dos vírus mais agressivas no contágio e na letalidade, com 33 pessoas na fila de espera por leitos de UTI (24 pacientes) e clínicos (09 pacientes). No encontro, que contou com representantes do Ministério Público, da Defensoria Pública, dos setores produtivos, o conjunto de indicadores fez com que fosse mantida a Fase Vermelha, com restrições ao funcionamento do comércio e de redução de circulação de pessoas, em medidas que serão publicadas nesta segunda-feira (05) em Diário Oficial.
O prefeito Wladimir Garotinho conduziu a reunião, pedindo ao subsecretário de Atenção Básica, Vigilância e Proteção da Saúde, Charbel Kury, que apresentasse os números do monitoramento da Covid, quando o médico listou os diferentes indicadores que posicionam Campos em um ambiente de terceira onda da contaminação pelo novo coronavírus. “Estamos à frente de uma máquina de matar, extremamente efetiva ou eficiente”, disse, citando a capacidade do vírus se desdobrar em mutações mais agressivas, como a P1 que é a dominante no Rio, que é alvo de sequenciamento genômico cujo resultado deve ser apresentado essa semana, para identificar a presença ou não da variante na cidade.
Segundo Charbel, o vírus é de internação longa, o que significa que um paciente sai de alta da internação com 22 dias ou que, em média, morre com 19 dias de internação clínica. “É um paciente clinicamente que anda no limite entre a vida morte, precisando de fisioterapia, de oxigênio, de cuidados especiais. A restrição de duas semanas ainda mantém casos, porque demora a produzir resultados”, afirmou.
Wladimir Garotinho disse que neste fim de semana havia quatro pessoas rodando a cidade em ambulâncias, sem conseguir vagas. “Passei o domingo ligando para a regulação da secretaria estadual de Saúde para que os pacientes de fora, de outras cidades, que são regulados aqui, pudessem ser regulados em outros locais, porque isso tem aumentado a nossa fila de espera e não há o que fazer”, falou, lembrando que Campos tem aberto novos leitos, o que foi reconhecido pelo promotor Marcelo Lessa, mas que não há como atender à crescente demanda. “O problema é que a nossa rede está com a capacidade física esgotada e os hospitais filantrópicos não têm como abrir mais leitos por falta de oxigênio, por falta de equipes médicas”, reiterou o prefeito Wladimir Garotinho, com a promotora Maristela Naurath lembrando que Campos se destaca nas providências adotadas, mas que essa realidade é a mesma no Estado, com mais de 900 pessoas na fila de espera por leitos.
De acordo com Wladimir, estão sendo adotadas novas medidas de caráter emergencial, que foram discutidas no fim de semana com as equipes técnicas e compartilhadas com o Ministério Público e a Defensoria Pública como convocação de médicos afastados; pedido de ajuda ao Porto do Açu, que cedeu 11 cilindros industriais que serão convertidos como reservatórios de oxigênio; e requisição de cilindros excedentes de oxigênios para pacientes atendidos pelo Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) e que, na condição de equipamentos extras, não comprometem o tratamento regular dos pacientes.
“Eu entendo a dificuldade do comércio, estou lutando para abrir mais leitos, estou reforçando o orçamento da secretaria municipal de Desenvolvimento Humano para atender as pessoas que mais precisam. Eu peço mais uma semana para gente fazer a flexibilização de maneira responsável, permitindo take-way, flexibilizando horários, estudando o que pode ser feito”, colocou o prefeito Wladimir Garotinho no encontro com representantes do comércio, como José Francisco Rodrigues, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). O lojista deu testemunho falando de sua experiência com a Covid, quando passou 30 dias internado, destacando as dificuldades do comércio, mas ressaltando a importância de se reduzir as aglomerações.
O presidente da Câmara de Vereadores, Fábio Ribeiro, ressaltou que os números técnicos indicam uma necessidade de ampliação das medidas restritivas e que não há caminho para evitar a circulação do vírus neste ambiente que não seja o do isolamento social. “Nós temos que dar uma parada, reduzir a circulação agora, para depois de forma mais eficaz e célere, retomar nossa economia”, destacou Fábio, que sugeriu a criação de um grupo de trabalho para debater soluções para a retomada econômica.
O prefeito Wladimir Garotinho disse que estão sendo adotadas novas medidas como a convocação de médicos que estavam afastados, a requisição de cilindros excedentes de oxigênios para pacientes atendidos em domicílio e que na condição de extras não comprometem o tratamento regular, como também o pedido de ajuda ao Porto do Açu, que cedeu 11 cilindros industriais que serão convertidos como reservatórios de oxigênio.