O Gabinete de Crise e Combate à Covid-19 se reuniu nesta segunda-feira (10), quando a mudança para a fase laranja foi debatida e aprovada com a sociedade civil, em face do conjunto de intervenções adotadas pela prefeitura de Campos, como abertura de novos leitos que zerou a fila de espera, medidas restritivas, aceleração da vacinação, entre outras. Novas flexibilizações serão permitidas com a fase laranja, que serão publicadas em decreto na tarde de hoje (segunda-feira, 10) no Diário Oficial do Município, para vigorar a partir de zero hora de terça-feira (11).
O subsecretário de Saúde, Paulo Hirano, conduziu o encontro do Gabinete de Crise, que foi realizado remotamente com transmissão aberta na internet pelos canais oficiais do município, contando com a participação de equipes técnicas da prefeitura, os defensores públicos Lívia França e Isabel Fonseca, representantes do setor produtivo, vereadores, autoridades públicas e outros membros da sociedade civil.
A palavra foi passada ao subsecretário de Atenção Básica e Vigilância Epidemiológica, Charbel Kury, que apresentou indicadores técnicos e parâmetros epidemiológicos das duas semanas anteriores, que balizaram a alteração da fase vermelha para laranja. Ele citou a importância do Gabinete de Crise que foi criado em janeiro de 2021 e lembrou que “de lá para cá vivenciamos dois momentos complexos, um janeiro e depois em março/abril, não tendo descanso, porque a doença continuou sua escalada de casos e óbitos”.
Com aceleração da vacinação, na medida em que as doses eram distribuídas pelo Ministério da Saúde, com abertura de novos leitos clínicos e de UTI pelo prefeito Wladimir Garotinho, com ações efetivas de restrições, foi possível chegar hoje a um ponto de desaceleração: “A subida se deu em março e a descida em final de abril, início de maio. Demoramos menos tempo do que Manaus, que levou 3 meses, para chegar a essa redução. Isso significa que as medidas de mitigações foram eficazes, com uma vigilância sensível. E agora nós vamos voltando lentamente enquanto a vacinação é acelerada, segundo as doses que são recebidas e distribuídas”.
A matriz de intervenções integradas da prefeitura, cita Charbel, desenhou esse novo momento, que já vinha sendo sinalizado pelo monitoramento do estado, isso, mesmo não considerando o fator de fila de espera por leitos, o que é usado por Campos para estabelecer as fases. “Quando os leitos clínicos e de UTI acabam, acrescentamos um indicador a mais, fila de espera. Isso mostra que a nossa vigilância é ainda mais rigorosa e cuidadosa com a população, com esse indicador devendo ser copiado pelo estado”, pontua o subsecretário de Atenção Básica.
Segundo Charbel, entre os próximos passos, encontra-se a preocupação de “trabalhar flexibilizações com responsabilidade, mantendo medidas de mitigação, vacinação acelerada, e testagem descentralizada, com vigilância genômica, através do convênio com a UFRJ”.
O subsecretário de Saúde, Paulo Hirano, reiterou a importância da população se conscientizar sobre a importância das medidas de segurança não serem negligenciadas, apesar da flexibilização: “Nós diminuímos a sobrecarga do sistema de saúde, conseguimos oferecer melhor atendimento as pessoas. Neste momento temos fila zero de espera. Quando iniciamos a fase maior de restrições, tínhamos 60 pessoas na fila e hoje não temos nenhuma pessoa na fila. Isso reflete o trabalho bem feito do governo e a participação da sociedade. Quando falamos em flexibilização não podemos esquecer das medidas necessárias, como distanciamento interpessoal, manter o uso de máscaras. Agora é preciso flexibilização com conscientização da população, porque o vírus continua circulando, continua sendo perigoso e matando”.
O dirigente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Norival Manhães, reconheceu o esforço do governo em dar suporte à retomada da atividade econômica: “Estamos vendo a sensibilidade do governo de fazer isso com responsabilidade, aos poucos, o que é muito importante para a economia”.
Expedito Coleto, pela Carjopa, também reconheceu o papel do governo na interlocução com os setores produtivos, destacando a flexibilização das medidas, com participação ativada dos lojistas, para garantir o cumprimento das regras sanitárias. Os dirigentes Norival e Expedito também elogiaram o papel social da reabertura do restaurante popular pelo prefeito Wladimir Garotinho, no suporte assistencial a quem mais precisa, em função do momento difícil da economia. “Nós reconhecemos a importância do restaurante, uma forma interessante de distribuição de renda, permitindo as pessoas restabelecerem, se alimentarem”, disse Norival.
O subsecretário de Atenção Básica falou sobre a presença da variante P1.2 em Campos, e do quanto a vigilância genômica, com quase 400 amostras coletadas, vai balizar o impacto dessa nova mutação entre os pacientes na cidade. “Agora, temos a variante da variante P1, que é um tipo de coronavírus descoberto em Manaus, que tinha duas mutações. A primeira mutação levava a maior transmissão, e a segunda a maior letalidade e por isso tantas mortes de jovens. A variante da P1 vai gerando vírus mais resistentes. Ainda não temos como saber o impacto ainda dele na região. Com a vigilância genômica vamos mapear esses casos, conhecer esses doentes e saber como esse vírus está se comportando”.