Dando sequência às políticas públicas implementadas a partir de janeiro de 2021, para racionalizar recursos humanos e materiais e oferecer atendimento mais eficiente e de qualidade à população, os hospitais e Unidades Pré-Hospitalares (UPHs) da rede municipal de Campos, estão passando por análise criteriosa de técnicos. Essa semana, o Hospital São José recebeu as equipes das secretarias de Saúde, da Administração e do Gabinete do Vice-Prefeito, quando dados preliminares apontaram a necessidade de ajuste da matriz de profissionais disponíveis, que se mostrou dimensionada superior à demanda existente na unidade.
O presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS) e secretário de Saúde, Adelsir Barreto; o secretário de Administração e Recursos Humanos, Wainer Teixeira; o sub-chefe do Gabinete do Vice-Prefeito, Sérgio Cunha; e o vice-presidente da FMS, Marcos Gonçalves, se reuniram com o diretor do Hospital São José, Roberto Fiuza, para verificar os números.
“Estamos realizando uma imersão na estrutura do Hospital São José. Essa iniciativa faz parte do trabalho que estamos seguindo, de levantamento do quadro de pessoal, infraestrutura e também do nível de atendimento à população. Estamos nessa etapa do trabalho fazendo um levantamento dos servidores, pontuando cada estrutura e departamento. A princípio, baseado que este é um hospital de porte menor que unidades como o Ferreira Machado e o HGG, verificamos um quadro em que hoje usamos um número maior de profissionais do que o necessário para a procura, mas essa situação vai ficar mais clara no final dos trabalhos”, frisou Barreto.
O presidente da FMS explicou que, apesar de considerar a premissa do servidor público concursado que possui uma carga horária com intervalo mais extenso, está sendo verificada a existência de um número maior de funcionários do que o necessário em determinados setores. “Pretendemos adequar melhor o número de servidores, o que vai diminuir o número de contratados no local. Vamos realocar e realizar uma readequação dos profissionais dentro de seus departamentos, seguindo o que preconiza a lei, valorizando esses recursos humanos que são peça chave da assistência à população”, disse.
Todos os hospitais públicos do município, assim como as Unidades Pré-Hospitalares, serão submetidas a mesma avaliação. “Estamos iniciando no São José, em seguida vamos para o Hospital Geral de Guarus e Hospital Ferreira Machado. Buscaremos a profissionalização, com profissionais capacitados, cada um no seu lugar, eliminando as disfunções e desvio de cargo, com técnico de enfermagem fazendo seu serviço de enfermagem; contador no lugar de contador; e médico fazendo medicina”, explica Adelsir Barreto.
O Hospital São José atende a toda Baixada Campista. A unidade realiza, por mês, cerca de 12 mil atendimentos, entre consultas ambulatoriais, pediatria e internações. Atualmente, o hospital conta com 54 funcionários no corpo médico, 50 enfermeiros, 42 auxiliares de enfermagem e 132 técnicos de enfermagem; além de outros 235 funcionários na área administrativa e serviços de apoio.
RECURSOS HUMANOS – De acordo com o secretário de Administração e Recursos Humanos, Wainer Teixeira, a racionalização dos recursos profissionais foi iniciada com o recadastramento, para atualizar todo o banco de dados da rede municipal. “Há o mapeamento dos nossos recursos humanos e a localização deles. Isso nos ajuda na tomada de decisão, no sentido de ver se estão nos locais corretos, nas frentes que mais precisam. A nossa visita ao HSJ, com o secretário e equipe técnica, faz parte da confirmação destas informações. Vamos conhecer cada departamento, o funcionamento dele, e aí usar o levantamento dos recursos humanos em cada unidade”, explica.
O secretário Wainer esclarece que o início deste trabalho acontece no Hospital São José porque atualmente ele é referência no tratamento da Covid-19. “A saúde é nossa prioridade, mas como a Covid-19 é o problema mais desafiador no momento, este fato fez com que o São José seja prioridade em relação aos demais, porém, as outras unidades vão passar pelo mesmo processo”, relatou.
De acordo com o secretário, a consequência dessa auditoria é a criação de um relatório sobre a ótica exclusiva dos recursos humanos. Nele, devem ser preenchidas as seguintes perguntas: “O São José tem os recursos humanos necessários? Falta funcionário? Tem funcionário demais? A relação entre os funcionários contratados por Regime de Pagamento Autónomos (RPA) e estatutário é boa?”
De posse do número de funcionários da folha, do recadastramento e os dados da visita técnica, explica o secretário Wainer, será possível realizar uma acareação entre os três pontos e dessa forma responder outras perguntas como: “Tem gente que está na folha e não está no São José? Tem gente que está na folha, está no recadastramento e não está no hospital?”
A partir deste relatório, a Secretaria de Administração e Recursos Humanos poderá não só mapear o RH, como verificar possíveis irregularidades. “É muito importante o gestor ir até a ponta, ir ao São José, verificar ‘in loco’ significa ir para o campo, confirmar o que está batendo, não é algo solto, um complementa o outro, é um mapeamento de RH. É preciso ter um controle social, além da administração para seguirmos em frente com responsabilidade e transparência”, finalizou Wainer.