Melhorar a qualidade de vida dos pacientes que, após procedimento cirúrgico de colostomia, passaram a usar bolsa coletora. Esse é um dos objetivos do Programa de Ostomizados e Hemodializados, da Secretaria de Saúde. A colostomia é uma exteriorização no abdômen de uma parte do intestino grosso com a finalidade de construir um novo trajeto para a saída de fezes.
O programa tem atualmente 345 pacientes cadastrados, não só de Campos, mas São Fidélis, São Francisco de Itabapoana (SFI), São João da Barra (SJB), Quissamã e Conceição de Macabu, sendo referência nas regiões Norte e Noroeste Fluminense. Desde 2004, o núcleo funciona na Rua Gil de Góis, 108, no Centro. Segundo o coordenador do programa, cirurgião geral Leonardo Santos Monteiro, até 2000 quando o programa foi criado, ele não possuía sede fixa, funcionando nas dependências da Secretaria de Saúde.
“Antes da criação do núcleo, os pacientes ostomizados em situações emergenciais que, em sua maioria, referem-se a tumores intestinais obstrutivos, doenças intestinais inflamatórias e traumas em geral, não tinham um serviço de referência para serem adequadamente atendidos. Por esta e outras razões, nosso serviço se faz essencial para a sociedade”, acrescentou.
O médico explicou que a colostomia, na maioria dos casos, é indicada para pessoas que são acometidas por doenças inflamatórias no intestino, câncer intestinal ou que sofreram algum tipo de acidente ou atentado que causou a perfuração do intestino, como facada ou tiro. Dependendo da patologia, a cirurgia eliminará parte do intestino grosso (colostomia), parte da bexiga (urostomia) ou parte do intestino delgado (ileostomia).
“Quando esses pacientes chegam ao programa, eles já passaram pela cirurgia e vêm com a bolsa coletora, que pode ser utilizada de maneira temporária ou permanente, de acordo com a situação de cada um. Faço uma avaliação detalhada do prontuário, principalmente do procedimento cirúrgico”, afirmou Leonardo, destacando que o núcleo atua em parceria com o médico do paciente.
“Não fazemos um trabalho isolado. Assim que o paciente tem alta médica, faço uma nova avaliação para saber se haverá condições de reconstrução do trânsito intestinal e retirada da bolsa coletora”, acrescentou o médico.
No programa, de acordo com Leonardo, cada paciente recebe gratuitamente as bolsas coletoras e orientação da equipe de enfermagem de como higienizá-las, quando trocá-las, cuidados com a pele, além de apoio psicológico. “A equipe de enfermagem é essencial para o bom funcionamento do programa”.
A professora Andreia Carvalho Jorge, 43 anos, vai mensalmente ao núcleo para pegar as bolsas coletoras para o tio de 73 anos, que é paciente do programa desde novembro do ano passado. “Tanto ele, quanto eu, somos bem atendidos aqui. Recebemos todas as informações necessárias”, disse.
A mesma opinião foi compartilhada pela cabeleireira Manoela da Silva Ribeiro, 34 anos, que teve alta do programa em março deste ano, após um ano usando bolsa coletora. “Todos são atenciosos com a gente”.
Manoela teve alta do núcleo depois de realizada cirurgia de reconstrução do trânsito intestinal, com a retirada da bolsa coletora. Segundo Leonardo, feito isso, o paciente volta a ter suas evacuações pela via natural, com uma qualidade de vida absolutamente normal. “São cirurgias de alta complexidade, realizadas integralmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”.